Jornal Correio Braziliense

Economia

Argentina inicia retomada do crescimento econômico

A Argentina ensaia a retomada do crescimento econômico, após anos de instabilidade em que inflação e fragilidade do câmbio corroeram parte da massa salarial e das reservas daquele país. A afirmação é do economista Andrés Ferrari, especialista no modelo econômico argentino.

Ele lembrou também que a situação complicou-se ainda mais devido à falta de políticas que deveriam fortalecer o setor produtivo e a a insolvência da balança de pagamentos. "Isso levou a uma expansão das empresas estrangeiras, que, no final da última década, representavam 90% das empresas na Argentina", disse, durante seminário que expôs as trajetórias de desenvolvimento de 10 países de diversas partes do mundo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em Brasília.

O economista lembrou que os problemas argentinos se agravaram com a crise de 1999, quando o país enfrentou uma onda de desemprego e de falta de moeda. "Até aquele momento, a economia argentina registrava taxas de desemprego que variavam de 5% a 6%, quando não enfrentava uma crise.

De uma hora para outra, saltou para algo em torno de 16% a 17%", contou. Também cresceu o emprego informal e os clubes de troca, em que os trabalhadores utilizam as mercadorias que produzem como moeda de troca. "Era uma época em que o governo comprava dólar para emitir moeda. E os trabalhadores não tinham acesso à ela. Foi quando explodiu o movimento dos clubes de troca, que já vinha se fortalecendo desde o início da década de 1990, mas que só se tornou grave em 2002", relembra.

» Confira áudio com entrevista de Andrés Ferrari