A procura por papéis prefixados do Tesouro Nacional aumentou em maio, o que indica, na opinião de especialistas, que investidor financeiro está mais confiante na solidez da economia brasileira. No quinto mês do ano, títulos prefixados - cuja taxa de juros é ajustada no momento da venda do papel - registraram participação de 28,2% na composição da dívida pública federal, ficando atrás, apenas, dos papéis reajustados pela Selic, muito procurados em épocas de instabilidade financeira.
[SAIBAMAIS]Em abril, os prefixados representaram pouco mais de 26% da dívida, que aumentou para R$ 1,388 trilhão. O montante, no entanto, ainda é menor que o volume registrado em dezembro de 2008, quando a dívida pública ficou próxima de R$ 1,4 trilhão.
Sazonalidade
Dados divulgados nesta terça-feira (23/6) pelo Tesouro Nacional mostraram que os resultados de maio ficaram dentro do projetado no Plano Anual de Financiamento (PAF), que define parâmetros para a variação de diversos indicadores da dívida.
O volume de resgates, por exemplo, refletiu a sazonalidade de maio, em que há maior procura por papés atrelados à inflação. "Mais da metade (52,5%) dos resgates ou vencimentos em maio foram desse tipo de papel, o que, no entanto, não nos surpreende, pois estava dentro do previsto", observa o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Guilherme Pedras.
Recuperação
O vencimento da dívida também se manteve dentro do previsto. E indicou melhora na confiança do investidor na economia, expressada pelo aumento de 3,68 pontos percentuais na parcela dos papeis com prazo de resgate de um a dois anos, que representaram 21,39% do estoque em maio.
"Tanto o aumento da procura por prefixados quanto o envelhecimento da dívida mostram que a recuperação da economia já começou, mas ainda é lenta. E a tendência é que esses dados permaneçam bons nos próximos meses", avalia Felipe Salto, especialista em dívida pública pela consultoria Tendências.