Jornal Correio Braziliense

Economia

Aprovados no concurso da Câmara pressionam Temer

O concurso para a Câmara dos Deputados, realizado em 2007, começa a causar preocupação aos aprovados. O processo seletivo vence em 2010 e dois anos após as provas, somente 32 pessoas foram contratadas pela casa. A demora na convocação também começa a se transformar em incomôdo para o presidente da Câmara, Michel Temer, que desde que assumiu o cargo, em fevereiro, recebe pedidos de audiência dos classificados e já teve de aguentar alguns protestos na porta de casa. A promessa dos que não foram contratados é de aumentar a pressão ao presidente até que ele os receba. Nesta terça-feira, uma manifestação em frente a chapelaria do Congresso Nacional marca o início de uma série de protestos pela agilidade nas contratações. [SAIBAMAIS]Segundo Thiago Carneiro, um dos participantes do movimento, a principal preocupação é que os prazos de validade do concurso cheguem ao fim. "Os candidatos aprovados investiram tempo e dinheiro desde 2006, quando esse concurso foi anunciado. Quando finalmente lograram a aprovação, a Câmara não aponta sequer uma perspectiva de nomeá-los", lamenta Thiago. "A própria Câmara investiu dinheiro nesse concurso e estaria jogando o investimento fora se não nomear ninguem", afirma. O concurso atraiu 117.876 candidatos que fizeram as provas da primeira fase em setembro de 2007. As avaliações da segunda etapa, ocorrida em janeiro de 2008, foram brutalmente questionadas na Justiça, o que levou o concurso a ficar suspenso por seis meses por meio de liminares. Candidatos apontaram irregularidades nos critérios de correção que foram publicados depois da realização dessa fase. Depois de tanta polêmica e demora, mais um problema cerca o processo seletivo, a convocação dos aprovados. "Conversamos com o Diretor Geral, Sérgio Sampaio e o Diretor de RH, Fábio Pereira. Ambos reforçaram que a Câmara necessita dos servidores concursados. Vale destacar que esses cargos exercem funções de manutenção do funcionamento da casa e não são 'cabide de emprego' ou qualquer coisa parecida", relata Thiago Carneiro A reportagem entrou em contato com o gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), que negou ter havido qualquer tipo de contato com os aprovados durante o dia de hoje. A assessoria do deputado afirmou ainda que não existe qualquer tipo de represália por protestos e que o presidente tem vontade de fazer as nomeações, para isso está sendo realizado um estudo para ver a disponibilidade orçamentária e a necessidade das contratações.