Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa fecha em alta de 0,92%, aos 51.373 pontos

Os investidores retornaram às compras, com pouco ânimo, na última sessão de negócios da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) da semana. Os quatro dias consecutivos de queda deixaram algumas ações a preços atrativos, mas prevaleceram as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia global. Nos EUA, a Bolsa permaneceu o dia em terreno negativo. E no mercado de câmbio doméstico, a taxa finalizou a sexta-feira em R$ 1,97. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, ganhou 0,92% no fechamento e atingiu os 51.373 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,77 bilhões, bem abaixo da média do mês (R$ 5,49 bilhões/dia). Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,19%. "O mercado subiu em torno de 35% neste ano e os preços das ações já chegaram num patamar, que o mercado precisa de um evento mais preponderante, mais significativo, sobre os rumos da economia global, para retomar a tendência de alta. Acredito que junho vai se caracterizar por ser um mês em que a Bolsa vai "andar de lado´: sobe em um dia e cai em outro", comenta Edison Marcellino, diretor da corretora Finabank. "A tendência para o final de ano ainda é positiva", acrescenta --para a corretora, o índice Ibovespa pode encerrar 2009 no patamar dos 58 mil pontos. Não por coincidência, a Bolsa perdeu fôlego com a saída de parte do capital estrangeiro que migrou para a o mercado brasileiro de ações entre os meses de fevereiro e maio. Até o pregão de ontem, as vendas de ações superavam as compras em R$ 886 milhões. Para Marcellino, os estrangeiros já ganharam bastante no país, principalmente considerando os preços em dólar, mas ressalta que o retorno dos IPOs (lançamento de ações) pode atraí-los de volta. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,973, estável sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 291 pontos, número 3,92% acima da pontuação anterior. "Nós já temos algumas operações em curso", lembra. "Foi um mercado fraco hoje, de poucos negócios, com o dólar oscilando entre R$ 1,96 e R$ 1,97 praticamente o dia inteiro, sem muitas entradas", comenta Tiago Cassimiro, da mesa de operações da corretora Guitta. Entre as principais notícias do dia, a União Europeia decidiu reformar a regulamentação do sistema financeiro, aperfeiçoando os mecanismos de controle fiscalização, com o argumento de que ´a crise financeira demonstrou a necessidade de melhorar a regulação e supervisão das entidades financeiras, tanto em nível global como europeu´, segundo indica o documento de conclusões de uma cúpula de dois dias realizada em Bruxelas. Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, já anunciou que o sistema financeiro americano também deve ser alvo de mudanças nas regras de modo a elevar os sistemas de supervisão. ´Minha administração propõe hoje uma ampla reforma no sistema regulatório financeiro, uma transformação em escala não vista desde as reformas que se seguiram à Grande Depressão´ dos anos 30, afirmou ontem o líder americano.