A direção da Bosch anunciou nesta quinta-feira (18/06) demissão de 900 metalúrgicos e concessão de licença remunerada de dez dias para os demais 3 mil funcionários da unidade de Curitiba (PR). Desde janeiro, a fábrica já havia demitido cerca de 300 empregados, segundo o sindicato da categoria da Grande Curitiba.
Fabricante de sistemas de injeção de motores a diesel, a empresa disse, em nota oficial, que a decisão é reflexo da crise, que reduziu a demanda no mercado automotivo internacional, e que é necessária "para garantir a competitividade da fábrica de Curitiba em longo prazo".
"Desde o último trimestre de 2008, a empresa vem registrando significativa queda no número de pedidos dos clientes para as tecnologias automotivas produzidas nesta fábrica [de Curitiba], quando comparado ao inicialmente planejado", afirma o comunicado.
A Bosch também afirmou que, antes de demitir, tentou promover medidas que pudessem preservar empregos, como suspensão de novos investimentos e contenção de gastos.
Uma proposta de redução salarial, com a consequente queda na jornada de trabalho, também chegou a ser discutida com os funcionários, mas acabou rejeitada pela categoria.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Butka, disse que vai ingressar com pedido de liminar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na próxima segunda-feira, para tentar reverter as demissões e que vai solicitar hoje a mediação do MPT (Ministério Público do Trabalho) para negociar uma eventual recontratação.
De acordo com Butka, as últimas informações oficiais repassadas pela empresa ao sindicato, entre maio e este mês, eram de que a empresa não estava com planos de demitir funcionários. "As demissões foram uma surpresa. A empresa radicalizou e não conversou com o sindicato", afirmou.