O setor produtivo está cada vez menos pessimista em relação à recuperação da economia. Agronegócio, comércio e serviços são os mais confiantes. Os dados são do Sensor Econômico, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mede as expectativas econômicas e sociais de 115 grandes empresas brasileiras que representam 80% do PIB brasileiro.
Em maio, o Sensor Ipea, que funciona como um termômetro econômico, registrou 7,79 pontos, um aumento de 3,43 pontos em relação a fevereiro, mês em que houve a maior queda de confiança do setor produtivo. ;Nós atingimos no inÃcio do ano uma situação de maior pessimismo e agora há uma recuperação das expectativas;, afirma o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, que aposta em outubro como o mês de maior recuperação da economia, quando a confiança dos setores chegará, segundo ele, ao mesmo patamar do inÃcio de 2008.
Salário
Os aspectos sociais avaliados na pesquisa também se destacam como fonte no aumento de confiança. Em fevereiro, acreditava-se em queda de 2% na massa salarial real. Nos últimos dados divulgados, a expectativa é de estabilidade. Pobreza e desigualdade também colaboraram com o otimismo. A estimativa de redução na taxa Selic, de mais acesso ao crédito e estabilidade dos lucros também foram determinantes.
Apesar do aumento na confiança, os participantes da pesquisa não acreditam que o paÃs crescerá em 2009, mas apostam que o Brasil também não deve entrar em recessão. Segundo o representante da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Dione Cerqueira, que participou da divulgação do estudo, ainda é cedo para afirmar que a indústria está em recuperação, mas, segundo ele, o setor tem perspectiva de melhora em relação à demanda.
A afirmação do representante da indústria brasiliense é justificada pela pesquisa. O setor industrial foi classificado como apreensivo em relação ao desempenho das empresas e não tem boas expectativas em relação a contratações e ao uso da capacidade instalada. ;A queda do PIB se deu principalmente no setor industrial. Nossa sorte é que há uma compensação em outros setores, como comércio e serviços;, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
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