O número de empresas que não pretende realizar investimentos em 2009 quase dobrou na comparação com 2009, e os que vão investir deverão empregar menos recursos, apontou a Sondagem de Investimentos da Indústria divulgada nesta terça-feira (16/06) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a pesquisa, realizada entre os meses de abril e maio, o índice de empresas que disseram não ter investimentos previstos atingiu 26%, contra apenas 14% no ano passado. O volume é similar ao de 2004 e é o menor desde 2003, quando foi de 28%.
Elas informaram ainda um percentual médio de crescimento de investimentos da ordem de 7,8% em 2009 na comparação com o ano passado. Em 2008, esse volume foi de 16%.
As previsões de investimento recuaram em todas as categorias industriais. No setor de material para construção, passou de 13,5% para 9,7%; nos bens de consumo, de 16,4% para 9,1%; em bens de capital, de 21,4% para 8,1%; e nos bens intermediários, de 16,1% para 5,7%.
Essa redução está diretamente ligada ao aumento dos fatores limitativos ao investimento. O número de indústrias que disseram encontrar dificuldades para realizar investimentos dobrou ao longo dos últimos 12 meses. Na pesquisa do ano passado, 43% delas disseram ter alguma dificuldade, e agora são 87%.
A incerteza em relação à demanda foi o principal fator dificultador para os investimentos, segundo a pesquisa. Metade das indústrias questionadas disseram ter este problema - o maior volume da série histórica iniciada em 2004.
Diante desse quadro, também é alterado o foco dos investimentos. A principal motivação citada pelas indústrias para a realização de investimentos neste ano é o aumento da eficiência produtiva, citado por 36% deles.
A expansão da capacidade produtiva - item que normalmente lidera a pesquisa em anos de avanço da atividade econômica - foi citada por apenas 24% das empresas, contra 50% no ano passado.