Jornal Correio Braziliense

Economia

Mercado vê retração menor do PIB em 2009, aponta pesquisa Focus

;

Nesta segunda-feira (15/06) o relatório Focus, que reúne as previsões semanais dos economistas consultados pelo Banco Central, traz um resultado um pouco menos negativo para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) brasileiro em 2009: queda de 0,55%, ante retração de 0,71% na última previsão. A expectativa veio após uma retração menor na economia no primeiro trimestre, resultado divulgado na semana passada pelo IBGE, e um corte na taxa Selic que surpreendeu o mercado pela ousadia. Já os índices que medem a inflação aparecem como praticamente estáveis, sem repercutirem ainda o corte de 1 ponto percentual na taxa básica de juros promovido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na última quarta-feira. A metade das previsões de inflação desacelerou discretamente em relação à pesquisa da semana passada. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) recuou de 1,46% para 1,41%. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) teve queda discreta, de 4,29% para 4,27%. Já o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) subiu de 1,80% para 1,82%. Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como meta para o BC, a previsão registrou alta: de 4,33% para 4,39%. A meta de inflação é de 4,5%, podendo chegar a 6,5% no intervalo de tolerância, de dois pontos percentuais para mais ou menos. Com o corte de juros pelo Copom, a taxa Selic caiu de 10,25% para 9,25% ao ano. Apesar dessa decisão, que superou as expectativas do mercado de uma redução de 0,75 ponto percentual, no encerramento de 2009, a previsão do Focus foi mantida em 9% ao ano. Para 2010, a previsão apontou ligeira desaceleração: passou de 9,15% para 9,14% ao ano. Em relação à produção industrial, as expectativas negativas também melhoraram, apesar de o cenário continuar negativo: retração de 4,78% para 4,70%. Em 2010, entretanto, a produção deve crescer 4,03%. O real deve manter a valorização até o final do ano. A estimativa para o dólar no fim de 2009 se manteve em R$ 2,00. A previsão para o superávit da balança comercial ficou estável (US$ 20 bilhões). Os investimentos estrangeiros diretos subiram de US$ 23 bilhões para US$ 24,5 bilhões. A relação dívida/PIB também cresceu, de 39% para 39,1%.