Escolher o presente do Dia dos Namorados é um dilema para muita gente. Neste ano, o problema ficou pior, pois agradar à pessoa amada está pesando no bolso. Em média, os mimos mais comprados nessa data subiram 7,76% no Distrito Federal, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) com base no Ãndice de Preços ao Consumidor (IPC) em 12 meses. O aumento no DF foi o segundo maior do paÃs, atrás apenas de Salvador, onde os preços saltaram 8,47%. A média nacional foi de 5,01%.
Os itens que mais encareceram foram as joias e bijuterias, que dispararam 15,20%. Dentre as mercadorias pesquisadas pela fundação, bolsas e cintos ficaram em segundo lugar, com alta de 8,34%. O publicitário Sávio de Araújo, 26 anos, sentiu no bolso os preços mais altos. Ele aproveitou a data para comprar presentes não apenas para a namorada, mas também para alguns familiares. O problema, segundo ele, foram os valores dos produtos. ;Não achei nada mais em conta;, reclama Sávio, que comprou mais de um presente para a namorada.
Para escolher, ele contou com a ajuda da amiga Valéria da Silva, 26. Vendedora, ela se surpreendeu com as lojas cheias. Ao contrário de Sávio, ela encontrou kits especÃficos a preços mais convidativos. ;Senti apenas que os estoques estão menores e não resta muita coisa, mas as lojas estão cheias;, disse. Segundo a FGV, há, de fato, preços mais baixos.
Em 12 meses, os preços dos celulares caÃram 21,09%. Segundo André Braz, economista da FGV, isso é resultado da guerra entre as operadoras. ;Esse movimento acontece há dois anos graças à concorrência e à popularização da tecnologia;, afirmou. Além disso, há a disputa pela tecnologia, o que faz muitos modelos ficarem obsoletos e rapidamente serem substituÃdos. Os CDs também estão mais em conta.
Por outro lado, sair para comemorar a data está mais caro. Os restaurantes subiram 11,69% e o cinema, 8,21%, bem acima da inflação medida pelo IPC para os últimos 12 meses, de 5,5%. ;Nem a crise foi capaz de desestimular a demanda por esses serviços, o que permitiu o aumento de preços;, justificou Braz.
Ouça entrevista: André Braz, da Fundação Getulio Vargas