A crise econômica impactou diretamente o investimento no país, que foi negativo pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2003, se os dados forem confrontados com igual período no ano anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2008, a queda chegou a 14%.
Esta retração é a pior observada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde o início da série histórica que mede o PIB (Produto Interno Bruto), iniciada em 1996.
Em relação ao quarto trimestre, os investimentos caíram 12,6%, também a pior queda da série. De outubro a dezembro, a queda já havia sido de 9,3% frente ao trimestre anterior.
Com isso, a taxa de investimento teve o menor peso observado no PIB, na comparação com primeiros trimestres anteriores, desde 2005. Os investimentos representaram 16,6% do PIB, pela ótica da demanda. De janeiro a março do ano passado, essa proporção chegava a 18,4%. No primeiro trimestre de 2005, significava 15,9% do PIB.
Em valores, os investimentos somaram R$ 113,8 bilhões. Para a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a forte queda do investimento não pode ser considerado um indicador de tendência futura na economia. "Os investimentos têm comportamento muito mais volátil do que o PIB. Ele é muito mais volátil em épocas em que se tem alguma crise, quanto em épocas em que se está crescendo. Ele tende a crescer sempre mais quando o PIB está crescendo, e cai mais quando o PIB está caindo. A gente vê esse comportamento ao longo da série histórica inteira", explicou Rebeca.