Jornal Correio Braziliense

Economia

Pão de Açúcar pode gastar até R$ 1,1 bi na compra do Ponto Frio

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A compra do Ponto Frio pelo Grupo Pão de Açúcar, anunciada nesta segunda-feira (8/6) por R$ 824,5 milhões, pode chegar a R$ 1,104 bilhão, caso todos os acionistas minoritários aceitem vender suas ações à rede comandada por Abilio Diniz. Segundo anunciado hoje em comunicado enviado ao mercado, o Pão de Açúcar vai pagar R$ 9,4813 por cada uma de 86.962.965 ações, que representam 70,2% do capital social total e votante do Ponto Frio. Além disso, o Pão de Açúcar fará oferta aos minoritários da Globex (que controla o Ponto Frio) pelo preço de R$ 7,585 por ação, correspondente a 80% do preço que será pago aos controladores da companhia. O pagamento do montante inicial será realizado da seguinte forma: R$ 373.436.536 à vista (equivalente de 45,3%) e R$ 451.085.424 (equivalente a 54,7%) a prazo. Para viabilizar a operação, o Pão de Açúcar fará um aumento de capital de R$ 664,3 milhões. Com a aquisição do Ponto Frio, o Pão de Açúcar reassume a liderança do varejo brasileiro, a qual havia perdido para o Carrefour. De acordo com nota, o objetivo do Pão de Açúcar é "fortalecer e ampliar de forma significativa a sua atuação no segmento de eletroeletrônicos e assumir a liderança do varejo brasileiro", passando a ter R$ 26 bilhões de faturamento anual e mais de 1.200 lojas. O Ponto Frio atualmente opera em 10 Estados e no Distrito Federal, por meio de uma rede de 455 lojas com faturamento bruto anual de R$ 4,8 bilhões. Os termos e condições da aquisição estão sujeitos à aprovação do Conselho de Administração e dos acionistas do Pão de Açúcar, em assembleia geral, a ser realizada nos próximos 20 dias. Histórico Em março deste ano, a rede Ponto Frio já havia informado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a intenção de venda da rede de lojas. No comunicado ao mercado divulgado no mesmo mês, a Globex Utilidades (companhia que opera a marca Ponto Frio) informou ainda que não havia recebido qualquer proposta firme e vinculante para a aquisição do controle. As Lojas Americanas e a rede Baú manifestaram interesse no negócio. Lily Safra, viúva do bilionário banqueiro Edmond Safra e acionista majoritária da rede, havia tentado negociar as lojas há cerca de dois anos. Em dezembro de 2007, o Ponto Frio também anunciou plano de venda, mas desistiu com o preço das ações em queda. Pouco antes, a empresa efetuou uma reestruturação organizacional, para reduzir diretorias e 250 funcionários da administração. A medida, segundo a empresa, teve por objetivo simplificar e acelerar os processos decisórios e a gestão da rede.