Jornal Correio Braziliense

Economia

Instituto lança campanha contra o desperdício

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O desperdício faz mal ao bolso. Uma família que gasta em média R$ 300 por mês com alimentos, R$ 14 com água, R$ 40 com energia elétrica, R$ 32 com o telefone fixo e R$ 11 com o celular, pode economizar R$ 80 por mês se conseguir cortar 20% destas despesas. Pode parecer pouco, mas se a quantia ficar na caderneta de poupança com rendimento de 1% ao mês, a mesma família colocará no bolso R$ 5.600 em cinco anos, R$ 13.100 em dez anos, e pasme, quase R$ 40 mil em vinte anos. Dinheiro precioso que pode ser revertido para pagar a faculdade do filho. Com esse forte argumento o Instituto Akatu lançou a campanha "Um terço de tudo o que você compra vai direto para o lixo". O objetivo: convencer as pessoas decretarem o fim do desperdício. A porta de entrada é a cozinha. O Akatu comprovou que aproximadamente um terço de todos os alimentos comprados numa casa vai para o lixo. O desperdício começa no supermercado. As famílias compram mais do que precisam . Além disso, aquantidade que vai para o fogão é maior do que o consumo. Resultado: geram sobras que migram da geladeira para a lixeira. Após aderir ao programa de orçamento familiar, Lúcia Maria de Castro consegue economizar com alimentos. Tem mais. A maioria das pessoas descarta partes das frutas e verduras que podem ser aproveitadas para preparar novos pratos. O argumento do bolso não é suficiente? Lembre-se que 14 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar grave no país, segundo dados de 2004 do IBGE. "A partir dos alimentos o consumidor toma consciência de outros custos que podem ser economizados. Ao perceber que cerca de 30% do que paga no supermercado vão para o lixo, as pessoas percebem a diferença no bolso. Lembra que ao jogar fora alimentos você está desperdiçando água, combustível e outros recursos naturais", argumenta Heloísa Torres de Mello, gerente de operações do Instituto Akatu. Como a maioria da população não exercita o consumo consciente, a campanha foca direto o bolso, que é a parte mais sensível quando se fala em orçamento doméstico. Heloísa pega como exemplo uma família de quatro pessoas que pelasprojeções do IBGE gasta em média R$ 300 por mês com alimentação. Se conseguir economizar 20% deste valor no supermercado, o que equivale a R$ 60 por mês, em 72 anos a mesma família terá feito uma poupança de R$ 817 mil. Uma economia de R$ 250 mil por pessoa. "Pode parecer muito tempo porque a gente não consegue ter a noção do longo prazo, mas faz a diferença do lado financeiro e do lado dos recursos naturais ", ensina. Na campanha, o Akatu ataca outros tipos de desperdícios dentro de casa que fazem o dinheiro sair pelo ralo. Um dos vilões é a energia elétrica. Equipamentos eletrônicos ligados ao mesmo tempo sem necessidade, lâmpadas acesas sem ter ninguém nos cômodos, o uso do chuveiro elétrico no verão e os banhos longos no inverno. É dinheiro no lixo. O consumo de água também pode fazer a diferença no bolso no fim do mês. Nada de tomar banho com o chuveiro ligado, lavar pratos com as torneiras abertas, canos furados e vazamentos. A perda 45 a 50 litros de água por dia aumenta em 10% a conta do mês.