Jornal Correio Braziliense

Economia

Atividade nas fábricas japonesas avança em abril, mas desemprego sobe

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Apesar de estar em recessão desde o ano passado e de não ter conseguido se livrar de todos os efeitos negativos provocados pela crise econômica, o Japão alcançou em abril um índice de crescimento surpreendente da produção industrial. Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria, a atividade fabril japonesa aumentou 5,2% em relação a março ; o maior em mais de meio século. O salto positivo serviu de alento para as empresas que, por serem extremamente dependentes das exportações, observam nesse avanço boas perspectivas para os próximos meses. As autoridades japonesas também comemoraram, justificando que o bom desempenho fabril poderá se repetir em maio e trazer mais esperanças de recuperação a médio prazo. Em contrapartida, o mercado de trabalho japonês insiste em não reagir. É um sinal de que a indústria pode estar aumentando o volume de horas extras para evitar contratações sem ter uma confirmação de que o consumo vai aumentar. A taxa de desemprego aumentou 0,2 ponto percentual em abril, subindo para 5% ; o mais alto nível desde novembro de 2003. O número de desempregados bateu na casa de 3,46 milhões de pessoas, um acréscimo de 710 mil em abril na comparação com o mesmo mês de 2008. Em mais uma tentativa de minimizar os reflexos da crise internacional, o Japão promulgou ontem o orçamento extra recorde de 13,93 trilhões de ienes (US$ 145,1 bilhões). De acordo com o governo, o dinheiro permitirá a execução de novas medidas de estímulo à economia japonesa após dois trimestres em que a produção econômica registrou recuos de dois dígitos. O orçamento suplementar traz, entre outras ações, redução da carga tributária e gastos que representam 3% da produção econômica anual do Japão. As medidas vão desde ajuda para desempregados a projetos públicos para subsidiar a demanda por automóveis e produtos eletrônicos. O setor automobilístico sofre perdas históricas no Japão. As exportações de carros, caminhões e ônibus caíram 64,7% em abril deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Os números, informados pela Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão, revelam ainda que as vendas externas e a produção caíram pela metade. A demanda doméstica por veículos em abril acompanhou a tendência e encolheu 23% em relação ao ano anterior. Queda menor nos EUA A atividade econômica nos Estados Unidos registrou uma contração no primeiro trimestre menor que a prevista, com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,7% em ritmo anual, de acordo com a segunda estimativa divulgada ontem pelo Departamento do Comércio. A primeira estimativa apontava para um resultado negativo de 6,1%. O órgão informou ainda que o PIB mais fraco reflete a queda nas exportações e nos investimentos. Os analistas apostavam em uma perda média de 5,5% no primeiro trimestre. Depois da queda de 0,5% no terceiro trimestre de 2008 e de 6,3% no quarto trimestre, os Estados Unidos entram no terceiro trimestre consecutivo de retrocesso da atividade econômica ; fenômeno que não acontecia desde 1974-1975. Parceira comercial dos mais importantes dos Estados Unidos, a Índia anunciou ontem um crescimento do PIB de 6,7% em todo o ano fiscal, encerrado em março deste ano, depois de expandir-se 9% no ano fiscal anterior ; ficando abaixo da expansão de 7,1% prevista pelo governo. Apenas nos três primeiros meses deste ano, período equivalente ao quarto trimestre fiscal do país, a economia indiana avançou 5,8%, na comparação com igual período do ano passado.