Pela primeira vez desde 3 de outubro do ano passado, o dólar foi negociado abaixo de R$ 2 ontem. A mínima foi de R$ 1,998 durante a manhã, mas a moeda norte-americana se recuperou um pouco e encerrou o dia cotada a R$ 2,015, com queda de 0,15%. Diversos economistas acreditam que a tendência de curto prazo é de continuidade na trajetória de queda. Com a quantidade de dinheiro que vem entrando no país, atraído pela diminuição do risco e a alta rentabilidade, o fechamento abaixo da barreira de R$ 2 é uma questão de tempo.
;O Banco Central está comprando dólares no mercado à vista, mas não tem como evitar o fechamento abaixo dessa barreira nos próximos dias. Depois disso, é possível que caia até R$ 1,80;, previu o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Desde que atingiu o pico na crise, de R$ 2,50 em 5 de dezembro, o dólar já perdeu 19,5%. Em maio, até o dia 22, entraram liquidamente no país US$ 3,086 bilhões.
Desde que voltou a comprar dólares, em 8 de maio, o BC já adquiriu US$ 2,408 bilhões. A justificativa oficial é a recomposição das reservas internacionais. Mas a volta dos leilões também tem o objetivo de conter a queda do dólar, que prejudica os exportadores. Ontem, o presidente do BC, Henrique Meirelles, descartou medidas para controlar o câmbio, mas admitiu aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para lidar com a entrada maciça de recursos no país.