A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o primeiro pregão "de verdade" da semana em terreno positivo. Ontem, a ausência de Wall Street contribuiu para reduzir a praticamente um quinto do giro normal da Bolsa paulista. Na jornada desta terça-feira (26/5), o mercado foi guiado principalmente pela melhora surpreendente da confiança do consumidor americano. A taxa de câmbio retraiu para R$ 2,01, a menor cotação desde outubro.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais movimentadas, teve alta de 2,02% no fechamento, batendo os 51.840 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com ganhos de 2,37%.
As ações da Petrobras e da Vale foram o alvo preferencial dos investidores em seu retorno à Bolsa: juntas, as ações preferencias das duas gigantes somaram negócios de R$ 1,3 bilhão. O papel da estatal petrolífera teve ganho de 2,39% enquanto a ação da mineradora ascendeu 1,37%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,018, em um declínio de 0,39%. A taxa de risco-país marca 289 pontos, número 5,86% abaixo da pontuação anterior.
"Essa semana, com a formação da Ptax (taxa média de câmbio), provavelmente o dólar pode bater abaixo de R$ 2,00. Isso não quer dizer que vai ficar nesse patamar. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já avisou mais de uma vez que há uma certa euforia um pouco injustificada. O que ele pode fazer, ainda não está claro", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o instituto privado Conference Board mostrou que o nível de confiança do consumidor americano na economia de seu país voltou a melhorar: em maio, o indicador teve leitura de 54,9 pontos, ante 40,8 no mês anterior (dado revisado).
A alta ficou muito acima do esperado pelos analistas, que projetavam crescimento para 42,3 pontos. Ainda nos EUA, outra pesquisa privada apontou que os preços de imóveis sofreram uma queda recorde no primeiro trimestre do ano: o índice Standard & Poor´s/Case Shiller teve queda de 19,1% na comparação com o o início de 2008. Trata-se do pior desempenho para este indicador em 21 anos de série histórica. Na Europa, o vice-ministro da Economia russo, Andrei Klepach, revelou que o PIB (Produto Interno Bruto) de seu país contraiu 10,5% em abril e 9,8% no quadrimestre. Ainda segundo Klepach, a economia russa deve encolher entre 6% e 8% neste ano.
No front doméstico, o Banco Central informou que o volume de investimentos estrangeiros no país bateu a casa dos US$ 3,409 bilhões em abril, melhor resultado desde outubro do ano passado.
E a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontou inflação de 0,34% pelo IPC na terceira quadrissemana de maio --30 dias até 23/05--, o mesmo índice da segunda quadrissemana do mês.