Um posto de gasolina da rede Repsol, no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro, ofereceu cinco mil litros de gasolina pela metade do preço aos seus clientes hoje (25). A redução foi possível porque um grupo de empresários e organizações não governamentais ligadas ao movimento Um Dia sem Impostos subsidiou o valor referentes aos impostos (Cide, PIS, Cofins e ICMS) sobre a gasolina, cerca de 53% do valor cobrado todos os dias.
Homens vestidos com fantasia de palhaço orientavam os motoristas. De acordo com o coordenador do movimento, o empresário Túlio Severo, o protesto ocorre simultaneamente em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. O objetivo, acrescentou, é alertar a população sobre a alta carga tributária, o que prejudica principalmente a população de baixa renda.
"Quem vive com dez salários mínimos paga o mesmo imposto que o que recebe um salário mínimo. É uma palhaçada a gente pagar tanto imposto e ter tão pouco benefício", disse Severo. "E para as coisas ocorram é a sociedade civil quem tem que se mobilizar e fazer valer os seus direitos."
Uma das cobranças que, segundo ele, deve ser feita pela população é a aprovação da reforma tributária, que está parada no Congresso desde fevereiro de 2008 . O empresário lembrou que a escolha da data para protestar foi intencional, já que hoje o brasileiro completa 147 dias trabalhado só para pagar impostos.
"Não somos contra os impostos. Eles são fundamentais para a sociedade moderna quando bem aplicados. E, no caso do Brasil, a redução de cobranças trará benefícios para o governo, porque vai permitir mais circulação de dinheiro e produção, logo, mais impostos".
Na fila quilométrica, motoristas estavam dispostos a esperar sob sol forte para pagar R$ 1,27 o litro do combustível, em lugar dos habituais R$ 2,54. O taxista Renato Pimental de Andrade, 47 anos, esperou uma hora e meia e disse que valeu à pena. "Tinham que abaixar esse preço ainda mais: para R$ 2 e fazer isso todos os dias. Nossa gasolina é uma das mais caras do mundo".
Foram espalhado cartazes no posto mostrando o valor dos impostos em produtos básicos como a pasta de dente, cujo valor da taxa tributária é de 42% sobre o preço cobrado ao consumidor, e o café, que tem 36,52% de impostos incidindo sobre o preço final.