O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos liberou nesta sexta-feira empréstimo de US$ 7,5 bilhões ao banco GMAC, braço financeiro da General Motors. A medida serve para fornecer mais capital para financiamento de veículos e imóveis e, assim, evitar a quebra do grupo.
Nesta quinta-feira, o jornal "The Wall Street Journal" já havia antecipado que o banco poderia receber parte de um empréstimo de US$ 14 bilhões. Em dezembro, a empresa recebeu US$ 5 bilhões dos empréstimos do governo, por meio do Tarp (Programa de Socorro a Ativos Depreciados, na sigla em inglês).
Funcionários do Tesouro afirmaram que a ajuda, a primeira do governo de Barack Obama à financeira, vai elevar o capital da instituição para financiar veículos da GM e da Chrysler --duas das mais afetadas montadoras americanas.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, a nova injeção de capital da GMAC "oferece grandes oportunidades de crédito, ajuda a estabilizar o mercado de vendas de veículos e contribui com toda a recuperação econômica".
A agência de notícias Reuters cita que os empréstimos serão concedidos em troca de ações preferenciais do banco. A medida deve fazer com que o governo americano passe a deter 35,4% do capital do GMAC.
Teste de estresse
O governo determinou que US$ 4 bilhões serão exclusivamente direcionados para levantar capitais das lojas e oferecer mais crédito de financiamento aos consumidores, enquanto os outros US$ 3,5 bilhões são uma parcela do que recomendou o "teste de estresse" realizado com os 19 maiores bancos do país.
A avaliação, cujos resultados foram divulgados no começo do mês, mostrou que o GMAC está em uma posição desconfortável em relação à sua capacidade de resistir à eventual piora na crise e precisaria de mais US$ 11,5 bilhões como fundo de capital para sobreviver.
Segundo o jornal, o que inicialmente seria uma ajuda paliativa do governo se tornou um resgate bilionário: "o que começou como um empréstimo de emergência a GM, Chrysler e GMAC em dezembro --no total de US$ 20 bilhões-- agora é uma bolha inflada de US$ 50 bilhões e pode passar dos US$ 100 bilhões até o fim do ano", informou o "WSJ".
A GM, que já recebeu US$ 15,4 bilhões em empréstimos desde o ano passado, corre para detalhar seu plano de reestruturação. A empresa tem até o dia 1° de junho para entregar o projeto ao governo a fim de evitar uma concordata e conseguir outros US$ 11,6 bilhões para manter sua produção. Já a rival Chrysler, terceira maior montadora americana, pediu concordata no começo do mês e anunciou que vai fechar em torno de 800 de suas 3.200 concessionárias nos EUA. A companhia recebeu US$ 4 bilhões no ano passado e busca outros US$ 5 bilhões, mas para isso ainda tem finalizar o acordo de parceria com a italiana Fiat.