A presidente chilena, Michelle Bachelet, anunciou nesta quinta-feira (21/05), ao apresentar seu último informe de gestão anual ao Congresso, um plano para enfrentar a crise econômica mundial, que envolverá ações voltadas às famílias de baixa renda nas áreas de educação, previdência social e moradia.
Entre as medidas anunciadas está o aumento de US$ 71 no pagamento de pensão para quatro milhões de famílias, parte do pacote do governo chileno para enfrentar as consequências da crise ao país. Também o sistema de pensão básica solidária (PBS), promovido por seu governo, terá um aumento de 45% a 50% em setembro. O teto máximo passará de US$ 214 a US$ 267.
Na área da habitação, o governo destinará um seguro para todas as famílias que estejam em dificuldades e que tenham adquirido moradias avaliadas em até US$ 75 mil. O auxílio contará com subsídios do Ministério da Habitação.
Bachelet disse também que estabelecerá uma garantia estatal para estudantes do Ensino Superior não deixaram os estudos, caso suas famílias passem por dificuldades financeiras, e fortalecerá a formação digital com a entrega de 60 mil novos computadores a alunos do Ensino Básico, que atinjam as melhores notas, dentro dos 60% mais vulneráveis da população.
"Hoje, com a crise, colocamos as pessoas em primeiro lugar. Se nos anos 80 a crise era enfrentada tirando 10% das aposentadorias. Hoje, aumentamos 25% da pensão básica solidária", afirmou em uma implícita crítica ao modelo neoliberal da ditadura militar.
Em vigor desde julho de 2008, a pensão básica solidária (PBS) é concedida a cidadãos de 65 anos ou mais, da parcela mais pobre da população e que nunca tenham contribuído para sua aposentadoria, como donas-de-casa e trabalhadores informais.
"O que nos permitiu ter hoje uma rede de proteção social é termos nos atrevido a mantê-la como prioridade nacional", ressaltou a presidente.
Diante dos cerca de mil convidados, no Congresso Nacional, Bachelet apresentou em 1h47min o último relatório de sua gestão, iniciada em 11 de março de 2006. "Hoje no Chile não há nada mais transparente do que o meu governo", enfatizou a mandatária, pedindo o fortalecimento da democracia em vista das eleições presidenciais, que acontecerão em dezembro.