O sindicato United Auto Workers (UAW) diz ter chegado a um acordo com a montadora General Motors (GM) e o governo dos Estados Unidos para contribuir com o plano de reestruturação da empresa. A GM tem até o dia 1° de junho para entregar seu plano de reforma ao governo e evitar a concordata.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, o UAW informou que fechou um acordo com a montadora sobre os pontos mais polêmicos da reestruturação: o corte de empregos e a contribuição com o fundo de saúde de aposentados da fabricante. O sindicato não detalhou os pontos do acordo.
Reportagem da Associated Press informa que o acordo era um passo-chave da GM em sua reforma. A empresa, que já conseguiu US$ 15,4 bilhões do governo para manter sua produção, foge do pedido de concordata e espera a liberação de mais US$ 11,6 do governo.
Até agora, a montadora anunciou que planeja fechar 13 fábricas e 2.400 lojas nos EUA até o final de 2010 e concentrar sua produção em quatro marcas (Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC). Após fechar a marca Pontiac, a empresa procura compradores para Saturn, Saab, Hummer e Opel.
O ponto considerado mais polêmico é a demissão de 21 mil funcionários diretos --sem contar os cortes causados pelo fechamento das concessionárias da marca. A empresa espera reduzir de 61 mil para 40 mil o número de empregados.
Discussão polêmica
A GM busca cortar custos de até US$ 1 bilhão por ano com funcionários e produção, enquanto o sindicato exige a contribuição da empresa com o fundo de aposentados.
Reportagem do jornal The Wall Street Journal informou, na semana passada, que as mais recente propostas contemplavam a concessão de 39% das ações da GM ao sindicato e a injeção de US$ 20 bilhões (US$ 10 bilhões em dinheiro e o resto em títulos) no fundo de saúde dos aposentados.
Na semana passada, o UAW pediu aos trabalhadores filiados que se opusessem aos planos da GM de demitir 21 mil empregados e importar veículos da China.
Na mensagem, o presidente do UAW, Ron Gettelfinger, afirma que o sindicato "se opõe frontalmente ao plano da GM de fechar 16 instalações de produção nos EUA, enquanto ao mesmo tempo aumenta de forma dramática o número de veículos que serão importados de México, Coreia, Japão e China."