O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse nesta quarta-feira (20/5) que a taxa básica de juros poderá cair dos atuais 10,25% ao ano para um nível de 9% no final deste ano. ;É um valor abaixo do que o mercado financeiro está prevendo;, lembrou Barbosa, após audiência pública da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que acompanha os impactos da crise econômica no setor de serviços e emprego.
Segundo ele, o mercado interno e a construção civil (puxada pelo Programa de Aceleração do Crescimento e pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida) serão motores do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1%, de acordo com a previsão divulgada hoje pelo Ministério do Planejamento. Em sua avaliação, a estimativa ;embute uma recuperação da economia mundial no segundo semestre, ainda com uma velocidade lenta;.
O crescimento de 1% do PIB ;é um cenário ambicioso;, mas ;factível;, disse Barbosa, acreditando no efeito das medidas adotadas pelo governo e no desempenho da economia. "Parte importante do crescimento será um desafio para o governo;, acrescentou, pois terá que executar investimentos públicos que podem ter impacto 1,2 ponto percentual no crescimento do PIB e mais 1,7 ponto percentual como efeito dos investimentos da Petrobras.
Além do secretário de Política Econômica, participaram da audiência pública a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, e o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto. Segundo Inês, o programa Minha Casa, Minha Vida pode gerar 700 mil empregos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fará acompanhamento dos empregos gerados em cada canteiro, anunciou.
Antônio Neto considerou positivas as medidas adotadas pelo governo durante a crise, inclusive a redução dos juros, mas ponderou que o Brasil tem a terceira maior taxa do mundo. ;Ainda estamos no pódio;, assinalou. O sindicalista defendeu que o governo reduza impostos de setores que contratam muita mão de obra e que passe a cobrar tributos não mais sobre a folha de pagamento, mas sobre o faturamento das empresas.
Neto propôs a criação de um Imposto sobre a Movimentação Financeira (permanente, não mais provisório como a extinta CPMF) com alíquota de 0,5% para financiamento da Previdência Social. ;Se a Previdência é uma coisa para todos, então que toda a sociedade pague;, disse.