Após três meses de altas consecutivas no Distrito Federal, a inadimplência caiu em abril, mas continua bem superior à verificada no mesmo mês de 2008. A restrição da oferta de crédito, desde o início da crise econômica internacional, foi responsável por elevar o índice de 4,9% em outubro para 5,7% em março deste ano. No mês passado, a taxa foi de 5,3%, contra 4,8% verificados em abril de 2008, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF) ; o índice se refere à diferença entre o volume de incluídos e excluídos do banco de dados. Ao todo, 136,9 mil moradores da capital federal passaram a integrar o cadastro negativo. Por outro lado, outros 130,1 mil consumidores conseguiram honrar suas dívidas, movimentando o comércio local. Com o nome limpo, as pessoas podem voltar a comprar.
A queda de março para abril é tradicional, mas o desempenho de maio deve dar um indício se os efeitos da crise sobre a capacidade de pagamento dos brasilienses estão sendo atenuados. ;A inadimplência aumentou em função da crise porque diminuiu o limite de crédito e de financiamento para as pessoas físicas. Em maio, normalmente, se espera que ela fique estável ou tenha um ligeiro aumento. Se ela cair em relação a abril é um sinal de que pode estar entrando em uma trajetória de queda;, diz o presidente da CDL, Vicente Estevanato.
O incremento na oferta de crédito, no entanto, deve ser encarado com cautela, recomenda o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira. ;É preciso ter cautela na hora da compra, apesar das facilidades oferecidas pelo varejo, o mais propício no momento é economizar e não correr o risco de cair no endividamento de novo;, recomenda.
;Na hora da compra, o consumidor deve considerar duas vertentes: as condições de compra, que atualmente estão boas, com preços mais baixos, juros menores e crédito mais longo, e a situação econômica do mercado;, orienta.