As Bolsas da Europa mantiveram as trajetórias de altas nesta semana e fecharam, nesta terça-feira (19/05), no maior patamar desde janeiro. Os investidores do setor bancário voltaram às compras hoje depois que a Alemanha, maior economia europeia, divulgou uma alta no índice de confiança no mercado financeiro.
O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, fechou em alta de 0,81%, ido para 4.482,25 pontos; a Bolsa de Paris avançou 0,67% no índice CAC 40, para 3.190,28 pontos; a Bolsa de Amsterdã teve ganho de 1,18% no índice AEX General, indo para 262,23 pontos; o índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, subiu 2,22%, para 4.959,62 pontos; a Bolsa de Milão avançou 0,82% no índice MIBTel, indo para 15.836 pontos; e a Bolsa de Zurique teve valorização de 1,17%, indo para 5.498,80 pontos no índice Swiss Market.
Bancos como BNP Paribas, Deutsche Bank, HSBC, Santander, Société Générale e UniCredit lideraram as altas, com variações de 3,3% a 6,5% nas ações. Fora praticamente ignorados os anúncios de demissão de 625 funcionários do britânico Lloyds e de ao menos 4.000 do holandês ABN Amro.
Nem a queda recorde do setor de construção nos EUA afetou o nível dos negócios. O Departamento do Comércio informou que o indicador caiu para 458 mil unidades - o menor patamar já visto desde janeiro de 1959, início da série histórica. Ante abril do ano passado, as construções de moradias afundaram 54,2%.
Economistas ouvidos pelas agência de notícias Reuters e Associated Press esperavam um aumento no período, após sinais de estabilização registrados no mês anterior. Em março, a leitura foi revisada para cima a 525 mil unidades, ganho de 0,3%, sendo que fevereiro o número ficou estável.
Recuperação europeia
Para analistas, as recentes notícias de entidades internacionais sobre a melhora na economia animou os investidores. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou que a economia mundial pode começar a se recuperar no primeiro semestre de 2010.
Em grande parte dos mercados do continente repercutiu a alta da confiança a médio prazo do investidor na economia alemã. O indicador avançou 18,1 pontos em maio, para 31,1 pontos, e subiu ao valor mais alto em três anos.
O ZEW (Centro para a Pesquisa Econômica Europeia, na sigla em alemão) informou que o indicador havia ficado nos 13 pontos em abril. "O otimismo dos analistas financeiros é apoiado pelos modestos sinais de uma recuperação da economia real nas últimas semanas", afirmou o ZEW.
Ontem, o Ministério da Economia alemão informou que os sinais de estabilização começam a aumentar no país depois de um primeiro trimestre catastrófico, quando a recessão chegou a um nível nunca visto em 40 anos, com um retrocesso de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nesta terça-feira, os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley enviaram ao governo americano uma proposta para devolver até US$ 20 bilhões dos empréstimos concedidos por meio do plano de resgate no ano passado. Na avaliação de especialistas, a medida tem como objetivo livrar os bancos das restrições impostas pelo plano de socorro aos bancos e, de quebra, mostrar que eles estão se recuperando da crise.
Os investidores demonstraram animação com a medida, fazendo com que as Bolsas americanas voltassem a operar em terreno positivo após abrirem em queda.