A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda define nesta segunda-feira (18/05) a nova previsão de crescimento para a economia em 2009, que será divulgada ainda nesta semana.
Na última sexta-feira, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que a estimativa oficial vai ficar "entre 0% e 2%". A previsão atual é de 2%.
A nova estimativa serve de base para a publicação do relatório bimestral de reavaliação das receitas e despesas do governo para 2009, que sai nesta semana.
Na última reavaliação, divulgada há dois meses, o governo reduziu a previsão de crescimento de 3,5% para 2% e anunciou um corte de mais de R$ 20 bilhões no Orçamento.
Outra previsão feita pelo governo, a do Banco Central, indica um crescimento da economia de 1,2%. Esse número é revisado no final de cada trimestre, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação.
As estimativas do governo continuam acima das previsões feitas pelo mercado financeiro. Os economistas consultados pelo BC na pesquisa semanal Focus, por exemplo, apostam em uma retração de 0,49% do PIB (Produto Interno Bruto), soma das riquezas produzidas no país. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma queda de 1,3%.
Mais cedo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse estar mais otimista e previu um crescimento de 2,5% para este ano, baseado nos dados sobre a recuperação no emprego formal em abril.
Arrecadação
De acordo com o coordenador-geral da Receita Marcelo Lettieri Siqueira, um crescimento de 1,2% no PIB --conforme previsto pelo BC-- garante um crescimento nominal (sem considerar a inflação) da arrecadação em 2009. Ele afirmou não possuir previsões baseadas em percentuais menores que esse.
Segundo dados divulgados hoje, nos quatro primeiros meses do ano, houve uma queda nominal de 0,77% no recolhimento de tributos administrados pela Receita. Descontada a inflação do período, a queda foi de 6,14%.
Considerando também as receitas não-administradas --formadas principalmente por royalties--, a arrecadação federal caiu 7,1% entre janeiro e abril, de R$ 235,6 bilhões para R$ 218,8 bilhões.
Na comparação com o mês anterior, a arrecadação cresceu em abril pelo segundo mês consecutivo, o que, segundo a Receita, pode ser um sinal de estabilização na atividade econômica.
"Esse dado parece demonstrar que fevereiro foi o fundo do poço. O resultado de abril é o primeiro que pode mostrar uma pequena recuperação. Mas estamos alerta, pois não significa que a crise acabou e que a arrecadação está recuperada", disse o coordenador da Receita.