Antes considerados as principais vítimas do esquema bilionário montado pelo investidor americano Bernard Madoff, oito grandes investidores passarão à posição de cúmplices na fraude. Reportagem do jornal "The Wall Street Journal" informa que a nova fase da investigação vai se concentrar na procura a outros envolvidos com o esquema.
Entre as oito pessoas ligadas à fraude estão dois diretores de entidades filantrópicas e um dos mais antigos amigos de Madoff, diz o jornal. Inicialmente, eles se diziam vítimas de Madoff, mas a investigação provou que o grupo sabia sobre o crime.
Citando autoridades ligadas à investigação, o "WSJ" informa que já foram reunidas informações suficientes para arrolar os três investidores como cúmplices. Segundo a reportagem, "Jeffry Picower, Stanley Chais e Carl Shapiro tinham tanto envolvimento no esquema que pediam a Madoff quanto queriam em retorno a seus "investimentos".
Promotores continuam a buscar evidências de que familiares e ex-funcionários de Madoff também contribuíram, de alguma forma, com a continuidade de uma das maiores fraudes financeiras da história.
"Descobrimos que Madoff mantinha gravações meticulosas sobre seus contatos com clientes e empresas", afirmou um dos investigadores ao "WSJ". "Os promotores agora estão revendo as fitas para verificar se algum investidor tinha acesso privilegiado ao esquema de Madoff, ou se algum sabia que os retornos dos investimentos eram uma fraude." Preso em dezembro após a descoberta do esquema de US$ 60 bilhões, Madoff, ex-diretor da Bolsa Nasdaq, assumiu sua culpa. Sobre ele pesam 11 acusações, entre elas lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude, cujas penas podem atingir o máximo de 150 anos de prisão.
Por esse esquema - conhecido como pirâmide financeira ou Ponzi -, Madoff prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes.