Quase duas semanas após pedir concordata, a montadora Chrysler anunciou que vai fechar em torno de 800 de suas 3.200 concessionárias nos Estados Unidos. A medida faz parte do seu projeto de reestruturação, segundo afirmou a porta-voz da empresa, Kathy Graham, nesta quinta-feira (14/05).
A empresa diz que manter 3.200 lojas é difícil em sua atual situação e ressalta que vai buscar uma forma de otimizar os negócios entre as lojas e as fábricas, a fim de tornar as vendas mais rentáveis.
O governo dos EUA aprovou na semana passada o processo de reestruturação da montadora americana. A empresa tem até o dia 27 de maio para definir a parceria com a italiana Fiat, que deve permitir a sobrevivência da empresa.
Para se reestruturar, a Chrysler anunciou acordo com a italiana Fiat, além de pedir proteção sob o "Capítulo 11" da Lei de Falências americana - o equivalente à concordata (ou recuperação judicial, no Brasil). O pedido da empresa vem pouco depois do presidente americano, Barack Obama, ter afirmado que apoiava a decisão da Chrysler tanto pela concordata como pela parceria com a Fiat.
Pela proposta, o governo deve conceder mais verbas além dos US$ 4 bilhões já emprestados, além de permitir a criação de uma "nova Chrysler" liberada das dívidas mais importantes.
Na semana passada, os credores contrários ao plano de reestruturação da montadora abandonaram a via judicial para exigir o pagamento das dívidas da montadora. A medida pode facilitar a fusão com a Fiat.
A Chrysler tem uma dívida de US$ 6,9 bilhões com um grupo de bancos e fundos de investimentos. O projeto aprovado pelo Departamento do Tesouro americano ofereceu aos credores US$ 2 bilhões em dinheiro em troca de cancelar a dívida.
A oferta foi aceita pelos principais credores, mas um grupo de nove fundos de investimento que representa só US$ 295 milhões do total decidiu rejeitar a oferta.