As vendas no varejo nos Estados Unidos caíram 0,4% em abril, na comparação com março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento do Comércio. O dado ficou abaixo das expectativas para o mês, que apontavam para leve alta de 0,1% no nível das vendas.
Apesar de marcar o segundo mês consecutivo de quedas, o resultado foi menor do que o registrado em março. O Departamento do Comércio revisou o volume de vendas e informou que março teve recuo de 1,3% no comércio --contra 1,1% divulgado anteriormente.
O grande número de desempregados e a queda contínua dos preços de imóveis mantêm fraco o consumo --que responde por cerca de dois terços de toda a atividade econômica americana.
"O consumidor continua em uma situação difícil", afirmou Maxwell Clarke, economista da IDEAglobal. "Ainda não está claro sobre como eles vão reagir com a diminuição do crédito em decorrência da redução nos preços dos imóveis e a piora da situação econômica." As vendas de automóveis e de peças caíram 0,2% em abril, contra uma queda de 2,3% em março. Na comparação com abril do ano passado, as vendas foram 20,7% menores. Excluídas as vendas de automóveis, o índice geral apresentou queda de 0,3%, contra a baixa de 0,9% registrada em março.
As vendas de combustíveis caiu 2,3%, após perdas de 3,2% em março; o comércio de produtos eletrônicos retraiu 2,8% ante queda de 7,8% no mês anterior; já os materiais de construção perderam 0,3% nas vendas, contra recuo de 0,8% em março.
Culpa do desemprego
Para os analistas, o cenário de forte desemprego no país continua minando o desempenho do comércio. A economia americana fechou 539 mil postos de trabalho em abril, ante as 699 mil demissões registradas em março. A taxa de desemprego, por sua vez, passou de 8,5% em março a 8,9% no mês passado, segundo o Departamento do Trabalho.
Apesar de ainda estar em um alto patamar, o volume de demissões é o menor em seis meses --indicando uma possível recuperação do mercado de trabalho. As previsões do mercado projetavam uma perda líquida de aproximadamente 600 mil vagas.
No rumo contrário, a confiança do consumidor continua a subir nos EUA. Segundo pesquisa da Universidade de Michigan, o índice de confiança subiu para 65,1 pontos em abril, ante 57,3 pontos registrados em março.
Trata-se do maior patamar desde a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, momento em que a crise mundial se agravou, e da maior alta mensal desde outubro de 2006.
"A melhora foi concentrada nas expectativas para o futuro, especialmente a longo prazo e nas perspectivas para a economia", disse Richard Curtin, diretor do estudo. Isso significa que a população demonstra confiança com a melhora da economia nos próximos meses.