Jornal Correio Braziliense

Economia

Risco de demissões volta a preocupar sindicatos em MG

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O risco de demissão volta a assombrar operários do setor de mineração em Minas Gerais. A Vale, maior empregadora do setor no estado, já anunciou que não renovará o acordo que vence no próximo dia 31 e prevê licença remunerada correspondente a 50% do salário em troca de estabilidade no emprego. Embora a direção da empresa afirme que não vai ocorrer demissão em massa a partir de junho, os trabalhadores estão apreensivos "Para manter os empregos, a saída é renovar o acordo, caso contrário, certamente teremos demissões", afirmou o presidente do sindicato de Mariana, José Horta Mafra Costa. O sindicalista tem reunião marcada para quinta-feira com dirigentes da Vale. Outros dois sindicatos, de Brumadinho e de Belo Horizonte, já foram informados pela empresa, nesta semana, de que o acordo não será renovado. De acordo com os números dos sindicatos, 2,1 mil funcionários foram beneficiados pelo acordo de licença remunerada em Minas. A Vale, no entanto, informa que foram apenas 1,3 mil em todo o País Outra mineradora, a CBMM, maior fornecedora de nióbio do mundo, também anunciou negociações com o sindicato de Araxá em troca de estabilidade no emprego. A empresa cortou antigas conquistas dos trabalhadores, como o adicional noturno pago em dobro, além do pagamento de horas extras, em troca de estabilidade por 12 meses. Segundo o diretor administrativo, Gilberto Castro, a mineradora precisou fazer ajustes no pagamento de pessoal depois de ter adotado um pacote de medidas administrativas para reduzir custos, como revisão nos contratos de prestadores de serviços A exportações das CBMM, que tem as indústrias siderúrgicas como principais clientes, caíram em mais de 30%. A produção caiu mais de 50%, conforme informou o diretor. Investimentos em expansão previstos para 2009, que totalizariam R$ 300 milhões, foram adiados