A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inverteu tendência e passou a operar em terreno negativo nas operações desta terça-feira (12/05). O mercado digere uma série de indicadores domésticos e dos EUA, bem como os balanços de várias grandes empresas, a exemplo da Petrobras, que revelou queda nos lucros. A taxa de câmbio atinge R$ 2,06.
Se boa parte dos investidores se anima com os indícios de que a recessão global amenizou o tom, há ainda muita cautela sobre a evolução das principais economias. Para analistas, as Bolsas de Valores ainda devem passar por um novo período de quedas dos preços.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recua 1,15% e marca os 50.389 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,85 bilhão. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perde 0,11%.
O dólar comercial é vendido por R$ 2,066, o que representa um acréscimo de 0,33% sobre a cotação de ontem. Entre as primeiras notícias do dia, o IBGE informou que o nível de emprego na indústria caiu 0,6% em março na comparação com fevereiro. Em relação a março do ano passado, a retração é de 5%, a pior da série histórica iniciada em 2001. O FMI projeta que a recuperação econômica na Europa pode começar durante o segundo semestre de 2010, mas que nos países mais ricos do continente ainda haverá recessão neste ano e no próximo. Nos EUA, o governo informou que a balança comercial teve déficit de US$ 27,6 bilhões em março, ante um saldo negativo (importações maiores que exportações) de US$ 26,13 bilhões em fevereiro. Trata-se da primeira alta do déficit comercial em oito meses.
Empresas
O Grupo Pão de Açúcar revelou que teve lucro líquido de R$ 94,2 milhões no primeiro trimestre, com alta de 185,5% sobre o mesmo período do ano passado.
A Telefônica (Telesp, operadora de telefonia fixa que atua em São Paulo) contabilizou lucro líquido de R$ 482,6 milhões no primeiro trimestre do ano. O resultado está 1,2% abaixo do obtido no mesmo período de 2008.
Ontem à noite, a Petrobras informou que teve lucro R$ 5,816 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 20% inferior na comparação com o mesmo intervalo de 2008, quando a estatal lucrou R$ 7,239 bilhões. A estatal atribuiu a queda à redução no preço das commodities e retração da demanda por derivados de petróleo no mercado interno.