O dólar comercial abriu em baixa de 0,44% nesta terça-feira (12/05), cotado a R$ 2,05 no mercado interbancário de câmbio. Ontem, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,44%, a R$ 2,059. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM), o dólar à vista abriu em baixa de 0,32%, a R$ 2,052.
O mercado doméstico de câmbio, que navegou ontem contra a corrente negativa externa e não encontrou motivos para estancar a queda do dólar ante o real, reencontra hoje espaço para buscar o nível de R$ 2. O apetite ao risco volta às mesas, impulsionando o euro e a libra esterlina ante o dólar no mercado internacional de moedas, enquanto o dólar cede ante pares vistos como ativos mais seguros, como o iene e o franco suíço.
O clima no exterior tende a direcionar o dólar para nova baixa ante o real nesta terça-feira, embora uma nova atuação do Banco Central e realizações das quatro sessões seguidas de baixa do dólar sigam como fatores que podem limitar a busca pelo nível de R$ 2.
A despeito de o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmar, ontem à noite, que a combinação das medidas do BC dos EUA com a melhora das condições macroeconômicas levarão ao fortalecimento do dólar, que, segundo ele, continuará ostentando o status de moeda reserva, o mercado não se anima a retomar posições compradas na divisa norte-americana. "Ontem, a Casa Branca divulgou suas previsões atualizadas de déficit orçamentário, que subiu para -US$ 1,8 trilhão. Isso certamente não é positivo para o dólar", observam os estrategistas de câmbio do Scotia Capital, Camila Sutton e Sacha Tihanyi, nesta manhã.
Ontem, o dólar caiu ante o real pelo quarto dia seguido no mercado à vista, mas o declínio foi reduzido no fim da sessão pelo impacto do leilão de compra realizado pelo Banco Central na última hora de negócios. Foi a segunda atuação do BC no mercado à vista este mês, que se somou à oferta inesperada de swap cambial reverso na semana passada.
Nesta terça-feira, os desafios que se impõem às tentativas de desacelerar a queda do dólar ante o real se avolumam, pois em um cenário de continuidade da alta das ações nas bolsas de valores dos países desenvolvidos, os fundos de hedge (proteção) terão de partir em busca de ativos mais arriscados.