Jornal Correio Braziliense

Economia

Presidente da GM considera concordata provável

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A montadora General Motors (GM) avalia várias alternativas para evitar a falência e continuar produzindo, desde fechar mais fábricas até mudar a sua sede da cidade de Detroit (Estados Unidos), mas a hipótese mais provável é mesmo a concordata. A empresa tem até o dia 1° de junho para entregar ao governo americano seu plano detalhado de resgate para evitar a falência. Em conferência telefônica com jornalistas, o presidente da montadora, Fritz Henderson afirmou nesta segunda-feira que a empresa está aberta a todas as negociações para não quebrar, mas o pedido de concordata é quase certo. "Estamos abertos a considerar a mudança de nossa sede de Detroit, a venda de fábricas e até a renegociação de parte de sua cadeia produtiva com os sindicatos", afirmou. "Mas o mais provável é que só conseguiremos cumprir a maioria de nossos objetivos sob a bancarrota", afirmou Henderson, se referindo ao pedido de proteção sob o "Chapter 11" (o capítulo da legislação dos EUA para falências). Pela lei, recorrer ao capítulo 11 significa que a empresa reconheceu que não pode quitar suas dívidas e pode ter um prazo para reorganizar suas contas junto aos credores. Medidas Tentando evitar a quebra da segunda maior montadora do mundo, o governo dos Estados Unidos já concedeu US$ 15,4 bilhões em empréstimos desde o ano passado. Caso o projeto de reestruturação seja aceito pelo governo, a empresa pode receber outros US$ 11,6 bilhões para manter sua produção. Desde o começo do ano, a companhia já anunciou que planeja demitir 21 mil funcionários, fechar 13 fábricas nos EUA até o final de 2010 e se desfazer de até 1.200 concessionárias em todo o país. Além disso, a empresa busca manter quatro de suas marcas mais lucrativas --Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC-- e se desfazer de Hummer, Saturn e Saab. No final de abril, a empresa anunciou que vai fechar até o próximo ano a marca Pontiac. Na coletiva desta segunda, Henderson negou detalhar qualquer um dos novos planos. "Ainda não tenho nada para revelar. Nós ainda não podemos divulgar novos planos", afirmou. Na semana passada, a montadora anunciou um prejuízo de US$ 6 bilhões (US$ 9,66 por ação) no primeiro trimestre de 2009. A receita da companhia recuou 47%, para US$ 22,4 bilhões nos primeiros três meses do ano. Para a empresa, o único dado animador é que o faturamento foi maior que os US$ 20,9 bilhões projetados por analistas. O prejuízo também superou as expectativas: analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam desvalorização de US$ 11 por ação.