Jornal Correio Braziliense

Economia

Bank of America diz que pode obter recursos para enfrentar turbulências

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O executivo-chefe do Bank of America, Kenneth Lewis, disse nesta sexta-feira que o banco tem meios para obter os US$ 33,9 bilhões que o governo dos Estados Unidos considera que deve acrescentar a seu balanço para estar bem preparado caso a economia do país piores. O governo americano avaliou durante dois meses e meio a saúde dos 19 maiores bancos do país e anunciou na quarta-feira que o conjunto deles precisa de US$ 75 bilhões a mais para reforçar seus balanços. Segundo Washington, o Bank of America é a entidade bancária que precisa de mais recursos. O Wells Fargo, por exemplo, necessita de US$ 13,7 bilhões. "Achamos que a avaliação foi bastante agressiva, mas creio que a questão não é se é justa ou não. Vamos cumpri-la e temos o caminho para fazê-lo", declarou Lewis em entrevista concedida hoje à rede de televisão "CNBC". O executivo-chefe explicou que pode conseguir cerca de US$ 10 bilhões por meio da venda de ativos, entre os quais citou o First Republic Bank e a Columbia Management. Além disso, prevê conseguir outros US$ 10 bilhões vendendo novas ações por meio de ampliações de capital ou ao oferecer no mercado títulos que estão nas mãos de acionistas com direitos preferenciais. O resto viria com os resultados obtidos por meio dos negócios habituais do banco, segundo Lewis, que não descartou outras possíveis iniciativas. Nesse sentido, o executivo-chefe apontou que a alta no preço das ações do Bank of America --que subiram mais de 60% na semana passada-- se deve ao fato de que a avaliação realizada pelo governo dos EUA gerou "clareza e certeza" entre os investidores. Em sua opinião, o panorama do setor bancário americano depois da crise financeira gerada pela explosão da bolha das hipotecas "será muito mais simples". "Será um mundo mais conservador e com muito menos endividamento. Isto se aplicará tanto a empresas, quanto a bancos e consumidores", explicou Lewis. Quanto às críticas recebidas por seus acionistas pela compra do Merrill Lynch e seus pedidos para que o Bank of America diminua seu tamanho, o executivo-chefe desta empresa considerou que "as exigências de desintegração são absurdas". "Encontramos na diversificação das fontes de receita, na capacidade de criar economias de escala para reduzir custos e na habilidade de oferecer um amplo leque de produtos e soluções para nossos clientes", explicou.