O país deve colher este ano 39,1 milhões de sacas de 60 quilos de café, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado nesta quinta-feira (7/05). O número é 15% menor que o registrado no ano passado, de 45,9 milhões de sacas. Segundo a estatal, a queda se deve, principalmente, ao fato da lavoura de café ser caracterizada por uma safra de alta produtividade e outra com menos rendimento. Outro fator que interfere na produtividade é o menor investimento em insumos, devido aos altos preços no momento do plantio.
;Houve redução nas quantidades de aplicação e nas dosagens e mudança na formulação, como forma de diminuir o custeio das lavouras, em função da crise financeira;, constata o relatório da Conab. Apesar disso, os técnicos da companhia verificaram que as boas condições climáticas compensaram, em parte, a diminuição do uso de insumos.
Para ajudar na sustentação dos preços, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem (6), que o governo vai disponibilizar cerca de R$ 1 bilhão, na forma de contratos de opção de venda da produção, para cafeicultores. A medida deve corresponder à venda de 3 milhões de sacas do produto.
O país planta dois tipos de café. O arábica representa 72,5% da produção total e deve render 28,3 milhões de sacas, enquanto o conilon é responsável pelos outros 27,5% da produção e as 10,8 milhões de sacas restantes.
A produção está concentrada, principalmente, em dois estados. Minas Gerais é o maior produtor, com 49,2% do total, plantando praticamente apenas o tipo arábica. O Espírito Santo, com 25,7% da produção nacional, cultiva, na maioria de suas áreas, o tipo conilon.
Em relação a 2008, a área plantada com café caiu 3,3%, o equivalente a 72,6 mil hectares. Cerca de 90% dos 2,1 milhões de hectares cultivados estão produzindo e o restante está com cafezais em formação. A pesquisa da Conab foi realizada entre os dias 13 e 25 de abril nos principais estados produtores do país.