Jornal Correio Braziliense

Economia

Preço do petróleo sobe com previsão de alívio na recessão dos EUA

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O preço do barril de petróleo registrou alta nesta quarta-feira (29/04), mesmo com mais uma alta histórica nos estoques da commodity nos Estados Unidos. O motivo da alta é a previsão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de alívio na crise da economia americana. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o preço do barril cru tipo WTI para entrega em junho encerrou o dia negociado a US$ 50,97, alta de 2,10% ante o preço registrado na terça-feira. Nesta quarta, o Fed decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA no patamar em que se encontra desde dezembro do ano passado, uma margem de variação entre zero e 0,25%. Trata-se da terceira reunião consecutiva em que o Fed mantém a taxa no menor nível de sua história. Em comunicado divulgado hoje, a autoridade monetária americana aponta para um alívio na crise enfrentada pela economia do país. Em nota, o órgão ressalta que "embora o quadro econômico tenha melhorado modestamente desde a reunião de março (...) o nível de atividade econômica provavelmente deve permanecer fraco por mais algum tempo". O Fed atribui a melhora das condições econômicas "parcialmente" ao alívio nas condições do mercado financeiro. E não se furta a apontar o quadro ainda desastroso do maior economia do planeta: vendas de casas em estabilização mas ainda em níveis bastante baixos, crédito apertado, perdas de postos de trabalho e cortes de investimentos. Mais cedo, o Departamento de Energia americano divulgou que os estoques de petróleo voltaram a subir na semana encerrada no dia 24. As reservas cresceram em 4,1 milhões de barris, chegando a um acumulado de 374,7 milhões de barris --o maior patamar desde 1990. O crescimento é o dobro do previsto pelos analistas. Dados do departamento mostram que o consumo de petróleo recuou a 18,4 milhões de barris por dia (o menor desde maio de 1999). Os estoques de gasolina, por sua vez, caíram em 4,7 milhões de barris, causado pelos cortes de produção nas refinarias para ajustar os estoques.