Jornal Correio Braziliense

Economia

Preço do petróleo volta a subir com preocupação sobre gripe suína

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O preço do barril de petróleo caiu pelo segundo dia consecutivo com temores de que o surgimento de uma epidemia da gripe suína -que causou ao menos 22 mortes no México- possa afetar a recuperação econômica e reduzir a demanda global pela commodity. Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o preço do barril de petróleo cru tipo WTI para entrega em junho encerrou o dia negociado a US$ 49,92, queda de 44% frente ao fechamento da segunda-feira (27/4). Na semana passada, o preço da commodity chegou a superar os US$ 51 devido às expectativas de que o pior da crise já possa ter passado. Nesta terça-feira (28/4), no entanto, o temor quanto aos efeitos da gripo suína voltou a prejudicar os negócios nos mercados europeus e asiáticos. O maior medo em relação à gripe suína é a redução da atividade turística, principalmente com a proximidade das férias de verão no Hemisfério Norte. Uma queda nas viagens levaria a uma queda também no consumo de gasolina e, principalmente, de querosene de aviação. "Os controles de fronteiras não funcionam. As restrições de viagens não funcionam", afirmou o porta-voz da OMS (Organização Mundial da Saúde), Gregory Hartl. Ele lembrou que os mercados sofreram efeito semelhante com a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) em 2003, que matou mais de 700 pessoas. "Houve sempre muito mais problemas econômicos com esse tipo de medida [restrições de viagens e fechamento de fronteiras] do que benefícios para a saúde pública", disse. Crises sucessivas derrubaram o preço do produto e podem manter o ritmo de queda. Há pocuo mais de um ano, o barril do mesmo tipo de petróleo era cotado a quase US$ 150. Para esta quarta-feira, a previsão é de continuidade no recuo do preço, já que o Departamento de Energia dos Estados Unidos deve divulgar o relatório semanal de estoques do petróleo. Analistas projetam uma alta de 1,8 milhão de barris. Na semana passada, o governo anunciou que os estoques da commodity no EUA chegaram ao nível mais alto em quase 19 anos, com acúmulo de 370,6 milhões de barris.