A Comissão Europeia (braço executivo do bloco europeu) vai recomendar na quarta-feira (29/4) a fixação de limites nas remunerações e atribuições de bônus a dirigentes de empresas e responsáveis do setor financeiro, cujos montantes significativos foram condenados pela opinião pública num momento de crise.
As recomendações de Bruxelas surgem no quadro do plano apresentado em março com objetivo de revisão do sistema de regulação e controle dos mercados financeiros. Além disso, o presidente do órgão, José Manuel Durão Barroso, já disse publicamente considerar "imoral" o que se passa em alguns casos dos bancos, com a "privatização dos lucros e socialização dos prejuízos".
As propostas estabelecem regras para limitar bônus e os denominados "paraquedas dourados" -os prêmios excessivos pagos como indenização aos funcionários de alto escalão quando estes abandonam as empresas.
O principal objetivo de Bruxelas é que as remunerações sejam atribuídas em função do desempenho e não possam ser concedidas em caso de resultados negativos ou situação de deterioração da empresa, sendo também privilegiado o longo prazo, e não o curto prazo.
No caso dos "paraquedas dourados", a Comissão deverá propor um limite que não exceda os dois anos de remuneração.
As críticas aos excessos dos sistemas de pagamentos pioraram com a crise econômica, originada nos mercados financeiros, depois de terem sido tornados públicos prêmios exorbitantes pagos a altos dirigentes de companhias em dificuldades ou que pediram ajudas estatais.
As medidas da Comissão, que não são vinculativas, serão apresentadas em Bruxelas pelo comissário responsável pelo Mercado Interno, Charlie McCreevy.