Um dos pontos altos do primeiro dia de debates da oitava edição do Fórum Empresarial, que reúne até terça-feira 320 altos executivos de grandes companhias brasileiras na Ilha de Comandatuba, no sul baiano, foi a sabatina promovida por alguns deles a parlamentares presentes no evento, sobre os recorrentes escândalos no Congresso. Um dos principais alvos foi o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Depois de listar alguns exemplos recentes de denúncias contra o uso indevido, por parte de parlamentares, de verbas da casa, a presidente da rede Magazines Luiza, Luiza Helena Trajano, uma das mais exaltadas, reclamou. "A gente não pode aceitar o dinheiro público ser tão mal cuidado."
Temer rebateu. "Os equívocos são 10, 12, 15 casos entre 513 deputados e 81 senadores, e não podem ser encarados como regra", alegou. "E estamos trabalhando. O crédito para passagens aéreas, por exemplo, acabou de ser reduzido. Os gastos com verbas de gabinete agora estão todos na internet, para quem quiser ver. E estamos conversando para criar um mecanismo no qual o dinheiro não passe pela mão do deputado ou do senador, mas passe só pelo Congresso."
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), porém, admite que a imagem tanto da Câmara quanto do Senado estão bastante manchadas. "É o pior momento que já vivi no Senado", admite. "Mas o Congresso é como a classe empresarial, na qual há bons e maus empresários".