O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que o compromisso dos fabricantes dos produtos beneficiados pela redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pela manutenção dos empregos não foi formalizado. Dentre os setores beneficiados estão o automotivo e o da construção civil.
Questionado sobre se essa garantia de empregos seria meramente verbal, ele respondeu que as reduções tributárias não incluem todos os produtos que são fabricados nas empresas e que um acordo nesses termos seria impossível de ser formalizado.
"Nós estamos fazendo um compromisso com os produtores de que eles não farão a demissão. É que como nós não estamos fazendo (a redução de IPI) para todos os produtos que eles fabricam, então não dá para fazer um acordo e dizer que não vai haver demissão, porque eles produzem muito mais produtos", afirmou.
"Mas eles estão fazendo aqui um compromisso conosco e com os trabalhadores aqui representados, de modo que eles não vão demitir, vão procurar até admitir mais trabalhadores, porque as vendas deverão aumentar", acrescentou
Medidas anticrise
Mantega afirmou ainda que as medidas que o governo vem anunciando na área tributária e de crédito para conter os impactos da crise financeira internacional já estão surtindo efeito.
"O Brasil já está sendo reconhecido como um dos países mais eficientes no combate à crise", disse. "Desde março estamos sentindo melhoras na economia brasileira. Já sentimos uma modesta reativação em vários setores", declarou.
Segundo o ministro, a renúncia fiscal do governo ao anunciar as medidas que reduziram o IPI para automóveis, caminhões, material de construção e produtos da linha branca, além da isenção da Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para motocicletas, terão impacto momentâneo, mas serão sucedidos por um aumento da arrecadação de outros impostos, resultado do crescimento das vendas dos produtos beneficiados. "Em um primeiro momento, há uma redução na arrecadação, mas depois teremos uma recuperação", afirmou.
Mantega ressaltou também que os produtos beneficiados por reduções tributárias envolvem cadeias produtivas longas e que empregam milhares de trabalhadores. "A linha branca movimenta o setor siderúrgico, metalúrgico, peças, equipamentos eletroeletrônicos, borracha, plástico, então é toda uma cadeia que se movimenta e todo mundo paga outros impostos que não o IPI. Então, aquilo que podemos perder de um lado podemos ganhar do outro lado, e ganha fundamentalmente em um movimento econômico e no emprego", explicou.