O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, criticou nesta sexta-feira os altos "spreads" cobrados pelos bancos e disse que a recente queda observada é "insuficiente". Ele não descartou novas medidas para fazer com que os "spreads" baixem ainda mais.
O "spread" é a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram ao emprestar.
"Os spreads estão ainda muito altos. Caíram um pouco, isso é insuficiente, tem que continuar caindo. Isso é muito importante. Estamos monitorando, e se for necessário alguma outra medida, tomaremos", afirmou, depois de participar da cerimônia de posse do novo presidente da Amcham-Rio (Câmara Americana de Comércio), Róbson Barreto.
Para Meirelles, a oferta de crédito no Brasil está se normalizando, mas ainda não é a desejada.
"O crédito no Brasil está num processo de normalização, ainda não chegamos lá. Medidas recentes começam a fazer efeito. Bancos públicos adotam papel cada vez mais ativo, a conjugação disso deve colaborar para que processo continue a se normalizar", observou.
Traçando um quadro positivo do Brasil num cenário pós-crise, Meirelles comentou as projeções negativas traçadas para o crescimento da economia este ano.
"O mercado costuma revisar a projeção do PIB (Produto Interno Bruto), mas a estimativa de inflação não muda, está sempre próxima da meta", completou.