Jornal Correio Braziliense

Economia

Vendas da Volks recuam 11,4% no mundo, mas montadora ameaça a Toyota

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A fabricante alemã Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (17/04) que vendeu 1,39 milhão de veículos em todo o mundo no primeiro trimestre deste ano. O número é 11,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a maior montadora europeia vendeu 1,57 milhão de unidades. Em um cenário de crise das principais montadoras mundiais, a VW aumentou sua participação de mercado (market share) de 9,7%, há um ano, para 11%. Segundo a marca, os planos de incentivos à indústria em seus principais países consumidores - Alemanha, China e Brasil - foram os responsáveis pelo aumento de sua fatia de mercado. Os três países, somados, respondem por praticamente metade de todas as vendas da Volks no mundo. No Brasil, uma das medidas adotadas pelo governo para incentivar a venda de veículos foi a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que entrou em vigor em janeiro e acabou prorrogada até junho. "A Volkswagen teve a sorte de se manter forte nos mercados que apresentaram crescimento, enquanto a Toyota está exposta àqueles que estão retraindo", afirmou Ferdinand Dudenhoeffer, chefe do Centro de Pesquisa Automotiva em Gelsenkirchen (Alemanha). Ele cita que a alta nas vendas da Volks pode ameaçar a liderança da Toyota - cujas vendas nos Estados Unidos e no Japão caíram 38% e 24%, respectivamente - como a montadora número um do mundo. Briga pela liderança Reportagem da agência de notícias Reuters cita que a montadora alemã ganhou força para brigar com a japonesa. A Toyota ainda não divulgou suas vendas entre janeiro e março deste ano, mas previsões divulgadas no começo do ano apontavam para vendas em torno de 1,23 milhão de veículos em todo o mundo - queda de 47% na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Entre janeiro e março do ano passado, o grupo alemão entregou mais de 1,57 milhão de veículos, enquanto a japonesa comercializou 2,41 milhões de unidades. Para a VW, que briga no mercado mundial com nove marcas, entre elas Audi, Skoda, Seat e Scania, o objetivo é ser a montadora número um do mundo até 2018 - uma meta que é vista com ceticismo até dentro da própria empresa. Para isso, ela ainda tem de passar a General Motors (que ameaça pedir concordata e depende de ajuda do governo americano para manter suas fábricas produzindo) e a Toyota. A marca japonesa deve anunciar seus resultados do trimestre na próxima semana. "A Volkswagen é uma grande concorrente da Toyota", afirmou Koji Endo, analista do setor no banco Credit Suisse em Tóquio. "A Audi é forte, a Volks é forte, e as duas estão fazendo bom uso de seus carros pequenos."