Jornal Correio Braziliense

Economia

Exportações do DF crescem 116% em fevereiro, mas recuam 32% no trimestre

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As exportações das indústrias do Distrito Federal ensaiaram uma reação aos reflexos da crise econômica mundial no mês de março. As vendas externas no mês passado ficaram em US$ 10,3 milhões, volume 116,7% superior ao registrado no mês de fevereiro deste ano. Na comparação com março de 2008, no entanto ; época em que a crise ainda não havia atingido escala global ; houve uma queda de 8,8% no volume exportado. Além disso, o saldo das exportações do DF no primeiro trimestre de 2009 ficou em US$ 22,6 milhões, o que significa um recuo de 32,1% em comparação com os US$ 33,3 milhões apurados entre janeiro e março de 2008. Para o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Antônio Rocha, os números representam um início do recuperação mas, para ele, é preciso aguardar o desempenho da balança comercial do DF no segundo trimestre de 2009 antes de fazer qualquer prognóstico. ;Ainda percebemos um pouco de dificuldade das indústrias para exportar;, disse. O governo federal projetou uma redução de 20% para o saldo comercial brasileiro em 2009. Por esta análise, o comportamento das indústrias da capital federal ficou 12 pontos percentuais acima desta projeção. Regiões A análise regional mostrou uma forte contribuição da região Centro-Oeste a título de desempenho no primeiro trimestre de 2009 comparado com igual período do ano passado. Apesar das quedas no DF (-32,1%) e no Mato Grosso do Sul (-7,2%), o fluxo comercial ficou 22,3% melhor em 2009 se comparação com o ano de 2008. A grande contribuição foi dada por Mato Grosso, cujas exportações cresceram 41,6%. Goiás apresentou um avanço de 0,6%. . A região Sul teve a maior queda (-27,6%) na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o ano passado. No Paraná a queda foi de 29,1%, no Rio Grande do Sul, 29,3% e, em Santa Catarina, 21,9%. O Nordeste contabilizou uma diminuição nas vendas externas de 23,3%. O maior resultado negativo aconteceu com as exportações de Sergipe: -55%. A melhor expansão se deu no Piauí: aumento de 186,1%. Mesmo assim, o peso percentual não contribuiu o suficiente para inverter o cenário regional. O Sudeste brasileiro ; maior centro exportador do país ; amargou uma queda de 22,2% nas exportações de acordo com os números preliminares do governo federal. Em São Paulo, o primeiro trimestre teve recuo de 27,4% em comparação com o mesmo período de 2008. No Rio de Janeiro, a redução foi de 27,2%, enquanto o Espírito Santo recuou 20,8%. Minas Gerais também teve desempenho negativo de 5,3% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o do ano passado. Enquanto isso, a região Norte apresentou um recuo de 4,6%. O pior desempenho foi registrado no Acre (-55,7%). Já o Amapá contabilizou um aumento das vendas externas de 37,3% entre janeiro e março deste ano com relação a igual período de 2008. O Pará teve um comportamento estável ( 0,3%) e Roraima registrou crescimento de 2,4% na comparação entre os trimestres. Agroindústria No Distrito Federal, a agroindústria deve continuar na liderança da pauta de produtos exportados. Para se ter idéia, os números consolidados disponíveis indicam que a Sadia exportou, entre janeiro e fevereiro deste ano, US$ 9,538 milhões, o equivalente a 77,4% do volume enviado para o mercado internacional. O carro-chefe da Sadia é frango e miudezas da ave e a aposta é pela manutenção deste mesmo resultado em março deste ano, cujos resultados consolidados devem ser divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) dentro dos próximos dias. A Venezuela vem liderando há vários meses o ranking dos países que compram produtos das indústrias brasilienses. Porém, entre janeiro e fevereiro o país sul-americano importou US$ 3,793 milhões, equivalentes a 30,78%, um freio considerável se comparado com o primeiro bimestre de 2008, quando a Venezuela ficou responsável por 46,21% as importações. Importações Já as importações das empresas do Distrito Federal cresceram no mês de março deste ano e no primeiro trimestre. No mês passado, as compras locais ficaram em US$ 115,4 milhões, o que representou um aumento de 72,5% em comparação com US$ 66,9 milhões importados em março de 2008. As importações entre janeiro e março de 2009 chegaram a US$ 239,8 milhões, ou seja, 14,3% superior aos US$ 209,8 milhões trazidos do exterior pelas empresas do DF.