As bolsas de valores dos Estados Unidos recuaram nesta segunda-feira (6/04), refletindo a preocupação dos investidores com a temporada de divulgação dos balanços das empresas no primeiro trimestre, que começa nesta terça-feira. Após os ganhos vistos nas últimas quatro semanas, os investidores venderam ações para ficar com os lucros, antes de grande oscilação dos papéis no mercado.
A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) encerrou o pregão em baixa de 0,52%, indo para 7.975,85 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DIJA), enquanto o S 500 caía 0,83%, aos 835,48 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,93%, indo para 1.606,71 pontos.
O ânimo para os negócios no setor de tecnologia diminuiu depois que a IBM retirou sua oferta de compra da Sun Microsystems, por US$ 7 bilhões.
Amanhã começa a temporada de divulgação de resultados trimestrais das empresas, com a apresentação da produtora americana de alumínio Alcoa --que já informou o corte de 13.500 empregos no mundo, redução de investimentos e dividendos e planos de captar US$ 1,1 bilhão, como parte de sua reestruturação.
"Há um certo nervosismo no mercado", afirmou Len Blum, diretor da corretora Westwood Capital. "Temos a temporada de divulgação dos ganhos à frente e é muito difícil prever o que pode acontecer." O setor financeiro também registra perdas hoje, depois que o analista Michael Mayo previu mais perdas entre os bancos. Ele reduziu a classificação de papéis de diversos bancos para "venda" e afirmou que os níveis de perdas das instituições bancárias podem exceder os que foram registrados na Grande Depressão, na década de 1930.
Ontem, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou, em entrevista à rede americana de TV CBS que o governo pode vir a exigir que as empresas as quais solicitem ajuda federal no futuro substituam executivos que não prestem contas.
"Quando o governo atuou, seja no caso das instituições hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, seja no caso da seguradora AIG, quando medidas excepcionais foram tomadas para estabilizá-las, substituímos a gerência e a junta diretora", disse.
Nesta segunda-feira, o Departamento do Tesouro anunciou que estenderá o prazo para adesão e relaxará os critérios do programa de compra de ativos "podres" (de alto risco de calote) para ajudar a economia do país a voltar sair da recessão e voltar a crescer.
O Tesouro, que tenta garantir uma participação maior dos fundos de alto risco e de investidores privados do programa, informou que a parceria público-privada também está aberta a investidores privados.