A Anfavea prevê uma redução de 3,9% nas vendas de veículos em 2009, para 2,71 milhões de unidades. Já a produção deve cair 11,2%, para 2,86 milhões. Segundo o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, a retração nas vendas já contempla a não prorrogação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) menor até o final do ano.
Na semana passada, Schneider afirmou que se o governo não prorrogasse as reduções nas alíquotas do IPI (previstas para acabarem em 31 de março), a venda de veículos poderia retrair até 30%. A medida, no entanto, foi estendida por mais três meses.
"Apesar da queda, só ficaremos pior do que a China. Os outros mercados devem cair e muito", disse o executivo. Para ele, a China deve "crescer um pouco".
Devido ao enfraquecimento dos demais mercados, a previsão de exportações de veículos é de queda muito maior do que a das vendas internas - de 32% de redução, a 500 mil unidades. Já o valor das exportações deve cair 39%, para US$ 8,5 bilhões.
No mercado externo, disse Schneider, a competição deve ficar ainda mais acirrada. "A competição já era difícil, e vai ficar ainda mais", afirmou ele, lembrando que alguns grandes mercados automobilísticos, como China e Índia, estão com grande capacidade de produção ociosa e devem dificultar a concorrência.
A necessidade de busca por novos mercados deve respingar no Brasil, disse o presidente da Anfavea. Porém, ele lembra que o mercado automobilístico segue uma lógica diferente de outros ramos industriais, já que exige investimentos e tempos maiores para a conquista de mercado.
"Não é só desovar o produto numa prateleira de supermercado e esquecer. O setor automotivo é muito mais difícil. Precisa de uma rede de concessionárias, estoque de peças, treinamento de mão de obra, principalmente mecânicos, entre outros gastos", afirmou Schneider.