O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, disse nesta sexta-feira que houve "avanços significativos" durante a reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) em matéria de regulação da economia e que a crise "requer mudanças que não devem ser superficiais".
"Houve um reconhecimento de que a crise mundial exige mudanças na estrutura do sistema financeiro internacional", disse Taiana logo após voltar, com a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, de Londres, onde aconteceu ontem a reunião do G20.
O ministro mencionou como exemplo o acordo conseguido para articular os métodos para dar mais poder aos países-membros do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Com relação à ajuda financeira que o FMI receberá do G20, Taiana esclareceu que a instituição precisa "tomar medidas para acabar com o estigma que possui".
"Isso é um reconhecimento claro de que o fundo não atuou bem no passado. Por isso, a reunião serviu como reconhecimento da necessidade de democratizar a condução dos organismos financeiros internacionais, especialmente o FMI e o Banco Mundial", ressaltou o ministro.
Os países do G20 vão destinar US$ 1 trilhão ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para ajudar países com problemas decorrentes da crise econômica global. Controle de bancos, paraísos fiscais e bônus também foram determinados pelo grupo.
Outro ponto abordado pelo grupo foi a necessidade de trabalhar para fazer avançar a Rodada Doha de liberalização comercial, no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). Segundo a resolução do grupo, serão destinados fundos de US$ 250 bilhões para expandir o comércio global. Para os países emergentes, estão previstos mais US$ 100 bilhões de bancos de desenvolvimento multilaterais, o que eleva o total dos fundos a US$ 1,1 trilhão.
O texto final inclui um acordo para endurecer as regulamentações sobre "hedge funds" (fundos de alto risco), paraísos fiscais e o sistema bancário. "O sigilo bancário do passado tem de acabar (...) Estamos entrando em um processo profundo de reestruturação de nosso sistema financeiro para o futuro."