Medellín, Colômbia - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou neste domingo (29/03) que os governadores dos 48 países membros do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concordaram ser necessário um aumento no capital da instituição - e também a adoção de medidas que a capacitem a atender a demanda por crédito até que o aumento de capital seja efetivado. A avaliação leva em conta o agravamento da crise econômica internacional e o fato de que, como o aumento tem de receber obrigatoriamente o aval dos congressos dos respectivos países, pode demorar pelo menos um ano e meio até que os recursos estejam à disposição do banco. O ministro, que representa o Brasil no BID, relatou que a constatação foi resultado das conversações ocorridas esta tarde em Medellín, Colômbia, onde acontece a 50ª reunião anual do organismo.
A proposta apresentada hoje pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno, é de um aumento de cerca de US$ 180 bilhões no capital do BID, para elevar o potencial de empréstimo da instituição multilateral a governos e empresas dos setores públicos e privados de países da América Latina e do Caribe.
Segundo o ministro, "nenhum país se opôs ao aumento" durante as discussões preliminares que aconteceram em preparação para as sessões plenárias da Assembleia de Governadores do BID. Todos concordaram ser necessário "deflagrar o processo de aumento de capital do banco e, somado a isso, adotar medidas que capacitem o banco atender a demanda".
Entre tais medidas, está flexibilizar os critérios de governança financeira do banco para aumentar a alavancagem ou o potencial de empréstimo da instituição. Pelos critérios atuais, o capital do banco pode ser alavancado em sete vezes, segundo o ministro. Mas, de acordo com Bernardo, o documento prévio que deve ser aprovado hoje pelos 48 países não estabeleceu qual seria o novo porcentual de alavancagem do banco.
O ministro disse que o Brasil defendeu ainda aumento no limite de 10% do porcentual de empréstimos concedidos pelo BID direcionados ao setor privado. A ideia, segundo Bernardo, seria reservar uma parte da capitalização para o setor privado.