Economia

Dona da Daslu herdou loja da mãe e gastou R$ 200 mi com templo de luxo

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postado em 26/03/2009 15:15
A empresária Eliana Piva de Albuquerque Tranchesi, 53, dona da Daslu, o maior templo do consumo de luxo do país, herdou a loja da mãe. Nascida em família rica, Tranchesi cansou de dizer que descobriu que tinha dom para negociar e que era uma comerciante nata. A Daslu nasceu quando Tranchesi tinha apenas um ano de idade, na sala da casa de sua mãe, há 52 anos. O nome da loja vem da junção dos nomes das primeiras sócias da loja, Lucia Piva, mãe de Eliana, e Lourdes Aranha, ambas apelidadas de Lu. A loja virou uma grife e, a partir dos anos 90, começou a trabalhar com importados, quando as importações foram liberadas pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Ela foi para a Europa e voltou com a mala abarrotada de marcas famosas que caíram no gosto dos endinheirados brasileiros. A partir daí, a Daslu virou referência para quem tinha dinheiro para gastar e queria ver e ser visto. Ela criou setores para atrair homens, grávidas, decoradores e adolescentes. Eliana sempre afirmou que gosta de comprar, mas nunca pensou em tocar os negócios da mãe. Há 25 anos, porém, ela assumiu o controle da butique, após a morte da mãe e deixou de lado o sonho de ser artista plástica. Começou a trajetória como vendedora, o que, aliás, é prática na loja entre as atuais diretoras e gerentes. Desde o início, ela contou com a ajuda dos irmãos no negócio. Eliana foi casada como o médico Bernardino Tranchesi e tem três filhos: Bernardo, 23, Luciana, 20, e Marcela, 17. Religiosa, tem o hábito de ir à missa aos domingos. Na Daslu há até uma capela, onde uma missa, fechada aos mais íntimos, serviu de cerimônia de "passagem". Eliana aponta para Deus quando tenta traduzir o segredo do sucesso. "Acho que o segredo do meu sucesso é Deus e trabalhar feliz, em um astral bom", disse a empresária dias antes de inaugurar seu empreendimento na zona oeste de São Paulo, em 2005. Narciso Em 13 de julho de 2005, teve início a Operação Narciso, da Polícia Federal, onde Tranchesi era suspeita de cometer crime de sonegação fiscal nas importações da Daslu. A dona da loja foi detida e liberada no mesmo dia. Antonio Carlos Piva Albuquerque , irmão de Eliana e seu sócio na butique, e Celso de Lima, ex-contador da Daslu e dono da importadora Multimport (uma das principais da loja) ficaram presos durante cinco dias. Segundo o Ministério Público Federal, as investigações sobre supostos crimes cometidos pela Daslu duraram cerca de 10 meses. À época da operação, a Daslu movimentava ao ano mais de R$ 400 milhões em vendas, segundo a conta de especialistas. Eram mil empregados, sendo 200 "dasluzetes" --apelido das vendedoras que recebem até R$ 15 mil (incluindo comissão) por mês. Entre 75% e 80% das pessoas que vão à Daslu não vão embora da loja sem comprar alguma coisa. Já em shoppings, essa taxa varia de 15% a 30%. Em investimentos, os volumes também são altos. Para a inauguração da nova Daslu --o espaço de 20 mil metros quadrados, incluindo o terraço, aberto ao público em junho de 2005--, foram gastos R$ 200 milhões. Estima-se que R$ 40 milhões tenham sido bancados pela própria Daslu, e o restante, rateado entre as grifes que estão na operação comercial.

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