O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, propôs nesta quinta-feira (26/03), após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, a criação de um fundo internacional no valor de R$ 100 bilhões para incentivar o comércio mundial.
Segundo o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), que participou do encontro, o governo brasileiro apoia a proposta, mas ainda não sabe como esse fundo seria constituído. "É absolutamente vital que o comércio internacional seja retomado", disse Brown. Ele e Lula defenderam ainda a regulamentação do sistema bancário internacional para evitar que novas crises como a atual aconteçam.
Peça de museu
Lula também disse nesta quinta-feira que os bancos americanos deveriam transformar os ativos tóxicos (papéis com alto risco de calote de de baixa liquidez) em "peças de museu" e usar o R$ 1 trilhão do pacote bancário norte-americano para incentivar o comércio e a economia.
"Se a compra desses títulos significasse que esse R$ 1 trilhão vão voltar para o comércio, seria ótimo. Não sei se vai vir. Eles deveriam colocar esses títulos podres num arquivo, transformar em peça de museu", afirmou Lula, após reunião com Brown.
Lula comentou ainda a proposta do governo chinês de criar uma moeda global para o comércio internacional. Segundo o presidente, o mundo não precisa ficar subordinado ao dólar. "Podemos ter outras moedas para servir de paradigma para os países. Você pode ter instrumentos como esse para que não tenha que ficar dependente da moeda", afirmou Lula.
Lula citou como exemplo o comércio entre Brasil e Argentina em moeda local como forma de diminuir a dependência do dólar.