As bolsas americanas fecharam em forte queda nesta terça-feira (24/03), castigadas pelas realizações de lucros, um dia depois de sua mais forte alta em cinco meses.
O índice Dow Jones Industrial Average (DIJA), da Bolsa de Nova York, caiu 1,49%, ficando em 7.660,21 pontos, e o Nasdaq, 2,52%, a 1.516,52 pontos. O índice Standard & Poor´s 500 perdeu 2,03%, a 806,25 pontos.
O principal índice de Wall Street, após uma passagem pelo verde no período da tarde, mergulhou no vermelho nos últimos minutos da sessão. Os investidores aproveitaram o dia para vender suas ações após os ganhos expressivos registrados no pregão de ontem - impulsionados pelo plano do governo americano para ajudar o setor bancário, que pode chegar a US$ 1 trilhão.
"Tivemos realizações de lucros, mas o sentimento geral não é ruim", comentou Owen Fitzpatrick, do Deutsche Bank, para quem o recuo poderia ter sido ainda maior devido à alta do mercado na véspera.
Segunda-feira, o Dow Jones disparou 6,84%, seu melhor desempenho desde o fim de outubro de 2008, depois da divulgação do plano do Tesouro americano para livrar os bancos de seus ativos tóxicos.
"O mercado está muito calmo, como vem acontecendo sempre neste ano no dia seguinte a um movimento forte, seja de alta ou de baixa", disse Mace Blicksilver, da Marblehead Asset Management. O volume de trocas foi moderado.
O movimento de realizações de lucros atingiu logicamente os valores bancários, que dispararam na véspera: Citigroup cedeu 3,83%, Bank of America, 7,05% e JPMorgan Chase, 8,70%.
Pronunciamentos
Os investidores acompanharam hoje os pronunciamentos do presidente do Fed (Federal Reserve, o bamco central americano), Ben Bernanke, e do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, à Comissão de Serviços Financeiros da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). Ambos pediram aos legisladores uma revisão do sistema regulatório sobre as instituições financeiras, a fim de endurecer a fiscalização e impedir novas crises como a que atualmente abala tanto a economia americana como a global.
Bernanke e Geithner foram à comissão explicar a postura das instituições que comandam no caso do pagamento de US$ 165 milhões em bonificações a executivos da AIG, que recebeu US$ 180 bilhões em ajuda do governo e registrou prejuízos bilionários no ano passado - US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre e de US$ 99,289 bilhões em 2008 como um todo (ambos recorde). Sobre esse caso, Bernanke disse que a quebra da empresa teria imposto um risco "inaceitável" para o sistema financeiro global e para a economia americana. Segundo ele, o apoio à AIG foi um passo "difícil mas necessário para proteger a economia e estabilizar o sistema financeiro".