As Bolsas americanas operam em baixa nesta terça-feira (24/03). Os investidores aproveitam o dia para vender suas ações após os ganhos expressivos registrados no pregão de ontem - impulsionados pelo plano do governo americano para ajudar o setor bancário, que pode chegar a US$ 1 trilhão.
Às 13h57 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 0,21%, indo para 7.759,85 pontos no índice DJIA (Dow Jones Industrial Average), enquanto o S 500 caía 0,35%, indo para 820,02 pontos. A Bolsa Nasdaq teve queda de 1,10%, indo para 1.538,71 pontos.
Ontem, com o anúncio dos detalhes do plano do Tesouro americano para aliviar os bancos de seus ativos podres, o dia foi de ganhos: o DJIA ganhou 6,84%; o S 500 avançou 7,08%; e a Nasdaq subiu 6,76%.
O movimento fraco visto hoje já era esperado pelos analistas, após os ganhos expressivos de ontem. Sem indicadores econômicos que estimulassem um volume maior de negócios, os índices registram queda, principalmente no setor financeiro. Os destaques entre as perdas eram as ações do Bank of America (-2,2%) e do Citigroup (-3,2%).
Os investidores acompanham hoje o pronunciamento do presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, e do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, frente à Comissão de Serviços Financeiros da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados).
Ambos pediram aos legisladores uma revisão do sistema regulatório sobre as instituições financeiras, a fim de endurecer a fiscalização e impedir novas crises como a que atualmente abala tanto a economia americana como a global.
Bernanke enfatizou a "necessidade urgente de novos procedimentos de resolução para firmas financeiras não bancárias importantes para o sistema", citando como exemplo o resgate estatal sem precedentes da seguradora AIG, na tentativa de atenuar as perturbações financeiras.
Geithner, na mesma audiência, disse que o governo do presidente americano, Barack Obama, e o Congresso devem trabalhar em conjunto para elaborar uma "reforma regulatória integral e eliminar os vazios na supervisão". "Todas as instituições e mercados que podem apresentar um risco sistêmico estarão sujeitas a uma rígida supervisão, incluindo as travas adequadas para a tomada de riscos." Ambos foram à comissão para explicar a postura das instituições que comandam no caso do pagamento de US$ 165 milhões em bonificações a executivos da AIG, que recebeu US$ 180 bilhões em ajuda do governo e registrou prejuízos bilionários no ano passado - US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre e de US$ 99,289 bilhões em 2008 como um todo (ambos recorde).
Sobre esse caso, Bernanke disse que a quebra da empresa teria imposto um risco "inaceitável" para o sistema financeiro global e para a economia americana. Segundo ele, o apoio à AIG foi um passo "difícil mas necessário para proteger a economia e estabilizar o sistema financeiro".