O Banco Central reduziu a previsão para os investimentos estrangeiros no setor produtivo neste ano de US$ 30 bilhões para US$ 25 bilhões. Em 2008, os investimentos estrangeiros alcançaram o valor recorde de US$ 45,06 bilhões, quando ainda não haviam refletido os efeitos da crise econômica.
O BC também divulgou nesta terça-feira (24/03) o resultado do primeiro bimestre de 2009, quando entraram no país US$ 3,898 bilhões, uma queda de 32% em relação ao resultado do mesmo período de 2008.
Somente em fevereiro, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 1,968 bilhão, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado (US$ 890 milhões). O número mostra uma recuperação em relação a janeiro, quando houve uma queda de 60% na mesma comparação.
Os investimentos estrangeiros em ações e títulos públicos continuou negativo em janeiro, com uma saída de US$ 2,373 bilhões.
Em relação aos investimentos em ações, o BC aumentou a previsão de saída de dinheiro do país de US$ 3 bilhões para US$ 10 bilhões. Nos dois primeiros meses do ano, saíram US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 849 milhões somente em fevereiro.
Déficit
Os investimentos estrangeiros ajudam o Brasil a financiar o seu déficit na conta de transações correntes, que fechou o mês passado com um resultado negativo de US$ 591 milhões. No ano, o déficit acumulado é de US$ 3,344 bilhões, abaixo do registrado no mesmo período de 2008 (US$ 5,9 bilhões).
Entram nessa conta o resultado da balança comercial (US$ 1,766 bilhão em fevereiro), os gastos do país com serviços e rendas (-US$ 2,629 bilhões) e as transferências unilaterais ( US$ 273 milhões). O BC reduziu a previsão para o déficit em conta corrente de US$ 25 bilhões para US$ 16 bilhões. A previsão para o saldo da balança passou de US$ 14 bilhões para US$ 17 bilhões. Para as exportações, caiu de US$ 193 bilhões para US$ 158 bilhões. Para as importações, recuou de US$ 179 bilhões para US$ 141 bilhões.