O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta segunda-feira (23/03) que investimentos e obras podem combater os efeitos da crise financeira internacional. em Pernambuco, o presidente afirmou que o mercado brasileiro tem se recuperado e acredita que o prior momento da crise ocorreu no último trimestre do ano passado.
"Os meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro foram atípicos. Nós temos que trabalhar com a certeza de que vamos ter um segundo semestre muito melhor e que vamos ter, possivelmente, um final de 2009 muito bom", afirmou.
Lula afirmou ainda que o Brasil "não tem que ter medo de crise, não tem que se assustar com crise". "Isso é como uma gripe. Uma gripe, num cabra muito fino, deixa ele de cama, num cabra macho, ele vai trabalhar e não perde uma hora de serviço por causa de uma gripe", comparou.
Com a comparação, Lula ressaltou que é preciso investimentos para combater a crise.
"É assim que eu quero fazer neste país: mostrar que existe uma crise, que ela é muito grave, que o [presidente Barack] Obama tem mais problemas do que eu, que os alemães têm mais problemas do que o Brasil, e que nós vamos enfrentar essa crise trabalhando, quanto mais crise, mais trabalho, quanto mais crise, mais investimentos, porque é assim que nós vamos debelar essa crise causada pela irresponsabilidade do sistema financeiro internacional".
Neste momento, segundo ele, o principal "problema" está no setor de exportação, especialmente de máquinas e automóveis, que têm caído. O presidente também falou de outros setores, como alimentação.
"Nós vamos trabalhar da forma mais vigorosa possível para tentar ajudar os setores exportadores brasileiros, porque nós entendemos que esse setor é vital. E, seja a Europa, seja o Japão, seja a Venezuela, seja a Argentina, quem comprava as nossas frutas vai ter que continuar comprando", afirmou.
"E nós vamos cuidar de ajudar os nossos produtores. É nessas horas que o governo tem que entrar para ajudar as pessoas, seja através de medidas do próprio governo, sejam medidas do Banco do Brasil, sejam medidas do BNB, para que a gente possa rolar a dívida desses companheiros, não permitir que o sufoco da crise internacional venha matar afogados companheiros que apostaram e que trabalharam direitinho", afirmou..
Pacote econômico
Questionado se havia demorado para combater os efeitos da crise financeira, Lula afirmou que tal argumento é "asneira", "porque você não enfrenta uma crise quando ela não existe".
"A verdade é que a crise começou nos Estados Unidos, em setembro de 2007, ela só foi chegar aqui em agosto de 2008. E, assim que ela chegou, eu duvido que tenha tido, no mundo, um governo que tenha tomado as medidas com a habilidade e com a rapidez que nós tomamos, todas as medidas".
O presidente ressaltou que é contra um pacote econômico "que se fazia no pasado" e que o governo vai atuar " medida que forem surgindo os problemas, setor por setor".
Lula reafirmou que lança o pacote habitacional na próxima quarta-feira (25/03) com previsão de construir 1 milhão de casas
PAC
O presidente voltou a defender o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como forma de investimentos e que adiou o seu lançamento para 2007 para não ser "confundido com uma peça de campanha eleitoral" de 2006.
"Quando chegar 2010, eu vou fazer um outro PAC, de 2010 a 2014. Eu nem sei quem vai ser o presidente, mas eu quero que ele tome posse com uma prateleira de projetos aprovados, para que ele não tenha que perder um ano e meio, dois anos fazendo projetos. Eu vou deixar o Brasil muito mais preparado, do que o Brasil que eu recebi", afirmou.